Cada folha a menos no calendário eleitoral de 2014 é um dia a mais de
pressão do PSDB sobre o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB), cuja
candidatura tem sido cobrada com insistência pelo pré-candidato tucano à
Presidência da República, Aécio Neves.
Na última
terça-feira, Tasso se reuniu com a cúpula da sigla em Brasília, para
mais uma rodada de avaliações sobre a conjuntura política nacional.
Outro encontro teria ocorrido ontem – não confirmado pela assessoria do
cearense. Apesar de, publicamente, Aécio se declarar otimista sobre a
situação do PSDB no Ceará, a relutância de Tasso e a indefinição sobre
nomes de peso e alianças partidárias têm sido motivo de preocupação no
tucanato.
“Nos outros estados, as composições já estão bem
mais avançadas que a nossa. Existe uma importância no Ceará, nós temos
cinco milhões de voto. É expressivo”, alertou o deputado federal
Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), que, nesta semana, nos corredores do
Congresso, aproveitou para questionar Aécio sobre as negociações com o
ex-senador cearense. “Ele falou: ‘Pode deixar que a gente vai definir
isso’”, relatou Matos.
Até ontem, no entanto, não havia informações sobre um suposto avanço. Por meio de sua assessoria, Aécio mandou dizer ao O POVO
que está “extremamente otimista em relação à candidatura de Tasso ao
Senado, para garantir um palanque sólido” à sua empreitada presidencial.
Uma nova reunião da cúpula tucana está marcada para a próxima terça.
Consequências
O
impasse impacta tanto na campanha de Aécio no Ceará – onde sua
popularidade já não é alta – quanto no desenho do cenário eleitoral
local. Não há previsão de que o pré-candidato visite o Estado enquanto
não houver uma estruturação de alianças mais ou menos definida – o que
só deverá ocorrer quando Tasso se posicionar, já que partidos como PR e
PPS assistem aos passos do tucano para saber se lançam ou não candidatos
na chapa de oposição.
Lideranças do PSDB afirmam, ainda,
que sem o ex-governador no páreo para o Senado a vaga “seria entregue
quase de graça” ao pré-candidato da chapa governista ao cargo –
possivelmente, ao hoje deputado federal José Guimarães (PT) ou ao já
senador Inácio Arruda (PCdoB). No PMDB, caso não haja acordo com o
governador Cid Gomes (Pros), o senador e pré-candidato ao Governo
Eunício Oliveira torce para que Tasso entre na disputa, o que colocaria
mais lenha na campanha e tornaria sua candidatura mais competitiva.
Saiba mais
Até
agora, Tasso tem dito que não quer ser candidato. Ele estaria
envolvido nos negócios e não teria aprovação da família para voltar ao
protagonismo eleitoral. Isso sem contar com o receio de uma segunda
derrota nas urnas. A primeira de sua história política foi em 2010.
Lideranças cearenses próximas a ele dizem que Tasso não quer entrar
nessa, mas promete atuar na campanha de Aécio e nos palanques no Ceará.
Ventilou-se
que ontem o tucano teria um encontro com o senador Eunício Oliveira,
que se movimenta para viabilizar um arco partidário em torno de sua
candidatura ao Governo. PSDB e PMDB, no entanto, negaram veementemente a
reunião e disseram que ainda não há data para isso.
O
deputado federal Raimundo Gomes de Matos disse que, nas reuniões do
PSDB nacional das quais participou, a imagem de Tasso é mostrada cada
vez que o palanque do Ceará entra na pauta da conversa. “O pedido deles
é para que ele não seja somente um coordenador de campanha do Aécio”,
disse Matos.
POSTADA;GOMES SILVEIRA
FONTE;O POVO
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