Um dos maiores lugares-comuns do mundo do futebol diz que um clássico
costuma trazer consigo o peso de um campeonato à parte. Nesta
quarta-feira, além da importância inerente ao jogo de número 547 da
história entre Ceará e Fortaleza, que começa às 22h, no Castelão, o
embate vai definir, de fato, o campeão estadual de 2014.
Vai decidir também se o equilíbrio - pertencente a qualquer confronto
entre gigantes que se preze - será traduzido em números. Isso porque o
Tricolor, que não leva para o Pici a taça do Cearense desde 2010, quando
conquistou seu até então inédito tetracampeonato, vê ameaçada sua
hegemonia no Estado nos últimos dez anos. Significa dizer que o Ceará,
que já tem no currículo dois tetras (1975-1978 e 1996-1999, sem contar o
de 1915 a 1918, que viraria um penta em 1919, e foi homologado pelo
Tribunal de Justiça Desportiva e permanece alvo de polêmicas) pode
chegar a mais uma conquista quádrupla em sequência. Para isso, basta ao
Alvinegro empatar a partida desta quarta-feira, uma vez que tem a melhor
campanha - se somados o hexagonal e a fase semifinal - no campeonato,
repetindo o resultado do primeiro confronto, disputado na última
quarta-feira, que acabou em 0 a 0.
Reação alvinegra
Uma conquista do Vovô, hoje, pode ainda empatar uma série histórica nos
últimos dez campeonatos. De 2005 a 2010, o Leão do Pici esteve absoluto
no âmbito local, levando cinco de seis campeonatos. A história começou a
mudar substancialmente a partir de 2011, quando os ventos da sorte
(além dos da competência) passaram a soprar mais para os lados de
Porangabuçu. De lá para cá, foram três títulos, que, somados ao de 2006,
deixam no ar a possibilidade de ter igualada a disputa travada dos
últimos dez Campeonato Cearenses.
Se for feito um recorte a cada dez anos, pegando-se a relação de
campeões divulgada no site da Federação Cearense de Futebol (FCF), que
começa a partir do ano de 1915, a maior hegemonia foi registrada pelo
Ceará, que de 1975 a 1984 levou sete taças a Carlos de Alencar Pinto.
Volta ao Castelão
Hoje também será a primeira decisão concretizada entre os dois maiores
times do Estado no Castelão, após a reforma para a Copa do Mundo deste
ano. A última delas aconteceu em 2010.
Em 2011 (contra o Guarani de Juazeiro, na final do returno que valeu o
título arrastão) e 2012 (diante do próprio Tricolor), as finalíssimas
tiveram como palco o Presidente Vargas. Em 2013, o tri alvinegro se
materializou no Castelão, mas diante do Guarany (S). Nas duas últimas
decisões, a vantagem do empate definiu o campeonato.
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POSTADA;GOMES SILVEIRA
FONTE;DN
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