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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

UM DIA DE CAMPANHA - Luizianne Lins: em busca de ganhar força na periferia

Luizianne Lins não chegou de Fusquinha vermelho, como na propaganda. Faltavam dois minutos para as sete horas quando a candidata petista desceu do HB20 sedan preto. Ela de blusa e tiara vermelhas, jeans e olhos azuis e o sorriso que a campanha aproveita. Eu havia chegado
meia hora antes, com o repórter fotográfico Aurélio Alves e o motorista Zé Maria. Acompanhamos a candidata por bairros da área oeste de Fortaleza, onde a petista guarda boa aceitação dos tempos de prefeita, de 2005 a 2012.

Estávamos na entrada para passageiros do terminal de Antônio Bezerra. Fila de horário de pico. No local, porta-bandeiras distribuindo “santinhos”, um carro de som com palanque e a música de refrão macerante – sonho de todo candidato para ser lembrado na hora do voto: “Volta, Lôra. Volta, Lôôôra!”.

Luizianne foi sendo cercada. “Faça minha foto com ela, viu? Quero posar com ela”, já me havia alertado o aposentado Luis Gomes Pinheiro, 61, ex-cobrador de ônibus. “Toda vida acompanhei o partido, apesar do que andam falando. O voto é meu e não devo favor”.

Na panfletagem, uma senhora cruza a plataforma, corre para o gradil e cumprimenta a candidata. Tentei saber seu nome, mas ela se distanciou rapidamente, efusiva. Aos gritos: “Volta, Lôra! Volta, Lôôôra!”. Vários agiram assim, até as 13 horas, enquanto estivemos juntos na manhã de campanha.

Quando Luizianne bebeu água, rapidamente, já eram 7h20min. Ela brincou e mostrou uma caixinha de som que prende na cintura. Com um pen drive conectado, o equipamento (vermelho, claro) ecoa o jingle-chiclete. “É meu minicomício ambulante”, disse, satisfeita. A música toca, toca, Luizianne ajeita a tiara e volta aos panfletos e abraços. Desjejum rápido, um cafezinho na banquinha de lanche de Marlene Mendes, 28. “Voto no Interior (Santana do Acaraú). Ela disse que quer incentivar pequenos negócios como o meu”.

“A imprensa de fora está querendo saber como está a campanha. Vem um pessoal d’O Globo, vocês hoje. Depois vem a Al Jazeera (emissora de TV do Catar, a maior do mundo árabe). Já confirmaram”, revela a assessora Lanna Roriz. O interesse de saber mais da petista, terceira nas pesquisas de intenção de voto e com o partido na mira constante da Lava Jato. “Esse é o ritmo dela e vou junto”, ri a assessora, colada na candidata nesses dias pré-eleitorais. Na noite anterior, Luizianne havia chegado em casa, de uma reunião, à uma e meia da manhã. Ainda haveria reuniões internas à tarde e dois comícios à noite, nos bairros Parque Santa Rosa e Conjunto Esperança.

De frente para a saída dos ônibus no terminal, subiu no carro de som e fez um minicomício. Falou de gratuidades nas passagens, do transporte escolar também grátis na rede municipal. Mencionou que a volta ao Paço representa “um projeto para que a Cidade seja mais democrática”. Reforçou: “Tiraram o Lula, tiraram a Dilma, mas a gente vai voltar”. Um motorista acenou, passageiros deram ok das janelas. Ela agradeceu.

O café da manhã completo, cuscuz com carne de sol e queijo e café preto, foi depois das oito, num supermercado no Jardim Guanabara. Pausa de meia hora, selfies com funcionários e clientes e a comitiva, em três carros, seguiu para a feira livre do Quintino Cunha.

“Ó o pé, ó o mêi. Volta, Lôra! Volta, Lôôôra”, cantou um carregador, o carrinho lotado de frutas. Outros repetiram. “Deixa a Lôra passar, seu coorno”, brincou um da banca ao lado. Luizianne desceu pelo corredor estreito. Parou para vários e várias, a pedido deles. “Cláudio, isso as pesquisas não mostram”. Seu Joaquim Sousa Magalhães, 43 dos 67 anos trabalhando em feira, até trincou os dentes para enfatizar o elogio olfativo. “E ela ainda é cheirosa”.

Comentei com Luizianne sobre a quantidade de selfies. Foram inúmeras ao longo da manhã. Marta Vasconcelos, 39, pediu que a candidata gravasse um depoimento em vídeo para seu filho Tiago, 16 anos. “Ele é fã. Votei nela duas vezes. Estou balançada. Mas ela é diferente do PT que está mostrado por aí”. Na saída da feira, mais de uma hora depois, a petista cruza com um bandeiraço de Roberto Cláudio (sem ele) e, enquanto posa com outro dono de banca, não vê o concorrente do Psol, João Alfredo, passar próximo. “Não consegui falar com ela”, disse João.

No Conjunto Habitacional Padre Hélio Campos, extensão do projeto Vila do Mar localizado na avenida Francisco Sá, na Barra do Ceará, outro minicomício. Sol de mais de 11 horas. “Olhei pra esse lado da Cidade que ninguém nunca olhou”, discursou, de novo interrompida por gritos de “Volta, Lôra!”.

Luizianne não deixou de citar os adversários mais diretos da campanha, Roberto Cláudio (PDT) e Capitão Wagner (PP). “Essa eleição tem muita coisa em jogo, principalmente o destino da nossa Cidade. A gente não pode ser encurralado entre o cinismo da humildade, de quem não fez e tá dizendo que vai fazer, e a construção do medo como uma forma de ter votos. Viemos aqui falar de esperança”. Luizianne no estilo Luizianne. As crianças lotaram o carro de som ao final. As fotos, segundo uma menina, iriam “bombar no Face”.

Bastidores

1 Rosalina Luiza mora na Barra do Ceará. Estava com a foto de um monóculo, dela com Luizianne ainda criança. “Somos primas”.

2 Os vereadores Ronivaldo Maia e Deodato Ramalho, tentando a reeleição, acompanharam LL na feira e na Vila do Mar, naquela manhã.

3 Lucas, 10 anos, seguiu LL durante a caminhada na feira. Tem ido a eventos dela pela Cidade. Fez até foto com Lula, dois dias antes (21/9), no comício na Praça do Ferreira. “Gosto muito dela”.

4 Antes da feira, LL quis detalhar valores do caixa da Prefeitura em 31/12/2012: “Deixamos R$ 244,9 milhões. Havia R$ 92,7 milhões de restos a pagar e R$ 134,2 milhões empenhados. Sobraram R$ 18 milhões. Não deixamos dívida. Isso foi reconhecido pelo TCM (Tribunal de Contas dos Municípios)”. Citou o Drenurb, Preurbis, as obras da Copa, Praia do Futuro, Beira Mar e Morro Santa Teresinha como legados para sucessor.

5 A entrevista para o webdoc, ao meio-dia, foi no Albertus Restaurante, na Barra. Luizianne se emocionou: “Tentam pregar a imagem que só cuido da periferia. Não é verdade.Tive um olhar sobre a Cidade inteira”.

6 Luizianne admitiu não ter visto a frase pintada na parede, a poucos metros de seu minicomício na Vila do Mar: “Se roubar na favela vai morrer... Paz, CV”. Prova de que o tráfico tem mais presença que o poder público em alguma regiões

VÍDEO

Assista ao webdoc com o dia de campanha de Luizianne Lins no link:www.opovo.com.br/videos



COM INFORMAÇÕES O POVO
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Postada  POR GOMES SILVEIRA

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