QUIXADÁ - Um sinal de mudança no relacionamento entre executivo e legislativo em Quixadá?

Nos últimos anos, o poder legislativo viveu dias atípicos em sua relação com o poder executivo. Pouco diálogo, nenhuma

interação, a não ser aquela que só aparece nos bastidores e que quase nunca chega à superfície, aparecendo apenas quando as decisões, à revelia do amplo debate, surgiam para aprovação em plenário.

Aliás, numa de suas escassas idas à Câmara Municipal, no início do mandato, em 2013, o ex-prefeito João Hudson chegou a dizer com clareza que não precisaria de vereador para governar e que preferia terminar o mandato sem vereador, mas com a prefeitura no caminho certo.

Deu no que deu. Nem ficou com os vereadores, nem colocou a prefeitura no caminho certo e, pior ainda, nem o mandato terminou.

O poder legislativo, desprestigiado por uma gestão sem eficácia, adotou um sistema de relacionamento que tinha por base, não a institucionalidade, mas uma troca mútua de tolerância indevida que em nada beneficiou o povo.

Este tempo parece ter chegado ao fim. Parece, pois temos de esperar para ter certeza.

O fato, porém, é que o novo prefeito, Ilário Marques, sinaliza que vai manter um diálogo aberto com o legislativo, reconhecendo que aquele poder é essencial na construção de um tempo em que as forças se mobilizam a favor de Quixadá, não da propaganda destinada a alimentar projetos individuais ou a esconder as dificuldades na resolução dos desafios.

Em harmonia com este novo modo de atuar, nesta sexta-feira, 07, o prefeito pretende ir à Câmara Municipal para deliberar, junto com os vereadores, sobre um projeto de videomonitoramento e segurança pública que pretende desenvolver no município.

O gesto, que noutras circunstâncias poderia ser encarado como natural e esperado, em Quixadá representa um rompimento com um estilo de governar que levou o município ao caos administrativo, ao prejuízo e à naturalização da ausência de protocolos e de institucionalidade. Pela sinalização de deferência e respeito, o executivo sinaliza que reconhece a existência do parlamento e a necessidade de desenvolver ali os grandes debates de interesse da municipalidade.

Independente do resultado das discussões, abrir diálogo, descentralizando as decisões e dando aos parlamentares a oportunidade de construir junto com o poder executivo é, sem dúvida, algo que merece ser pontuado.

FONTE - DIÁRIO DE QUIXADÁ

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POSTADA  POR GOMES SILVEIRA