Não havia adversários para a "Seleção Mágica" que vencia todas.
O
Intermunicipal era uma importante competição que acontecia entre as
seleções do interior cearense. Era uma promoção da Associação
Profissional dos Cronistas Desportivos do Estado do Ceará-Apcdec, tendo
seu inicio em 1940 com a seleção de Maranguape se sagrando a primeira
campeã do certame.
A
partir de 1955 o torneio passou a ser disputado a cada dois anos. O
torneio logo conquistou os cearenses. Bom lembrar que, naqueles anos
havia muita rivalidade entre as seleções interioranas.
A rivalidade
entre as cidades de Quixadá e Quixeramobim no esporte era quase coisa de
cinema.
No
intermunicipal de 1963, a seleção da Terra dos Monólitos era "mágica",
tendo jogado um futebol extraordinário, ainda hoje motivo de comentários
até por parte da crônica esportiva. Também pudera, com um timaço
daqueles! Zé Leónidas - o“Pelé do sertão”; Perpétuo(o diabo loiro,
artilheiro), a classe de Albano, a visão de jogo de Mariano; Vicentinho,
a Formiguinha, indo e voltando, importante na evolução das jogadas; Zé
de Melo, o clássico: Tico, imprimindo velocidade no ataque, enfim, todo o
elenco jogava porque sabia com orientação segura do técnico Gerardo
Bernardes, os craques quixadaenses foram derrotando quem viesse pela
frente. Por ter sido vice-campeã em l961, a seleção de Quixadá só entrou
na competição a partir das quartas-de-finais.
Quixadá
foi detonando quem viesse pela frente. A primeira vítima do moderno
futebol apresentado pela seleção foi Baturité, velha rival; Ubajara, o
segundo desafio, não resistiu ao melhor futebol do time do maior
produtor de algodão do Ceará(à época); Numa tarde de domingo, a cidade
de Quixadá parecia uma cidade fantasma. Que houve, naquele 29 de
dezembro de 1963?
Ora,
jogariam "Quixadá x Sobral", no "PV", em Fortaleza e muita gente foi
assistir o inesquecível jogo, encontrar um carro na cidade naquele dia
era procurar agulha no palheiro. Muitos foram assistir o jogo, viajando
no velho e bom trem, quem não pode comparecer escutava pelas emissoras
da capital com a voz de Everardo Sobreira, vibrante locutor da "Rádio
Assunção", levava os filhos da terra dos monólitos as lágrimas: “Quixadá
vence Sobral por 4x. Pode vibrar torcedor quixadaense". Não havia
adversários para a "Seleção Mágica" que vencia todas.
No
jogo final, 12-01-1964, novamente os desportistas quixadaenses foram ao
"PV" e, comandados pelo "cônsul" Zé Limeira, incentivava os craques a
uma nova vitória e a tão sonhada conquista do "Intermunicipal". O
adversário era a temida seleção de Beberibe, mas numa cobrança de falta
magistral, o "Diabo Loiro" abriu o placar. E sob a regência do maestro
Geraldo Bernardes os craques quixadaenses daí em diante, deitaram e
rolaram, vencendo por 3x1.
Quixadá
é campeã do nono Intermunicipal, nas arquibancadas do "PV", Zé Limeira
comandava a massa. No gramado os craques se abraçavam, na cidade as
comemorações viraram a noite. Na chegada dos craques, sorrisos e
lágrimas. E aquelas torcedoras mais apaixonadas dedicaram muitas "maçãs
do amor" aos ídolos.
Os
heróis da memorável conquista: Severino Alves de Carvalho(Bira,
goleiro); José Ribeiro Granjeiro(Granjeiro, zagueiro -direito); João
Ribeiro(Ribeiro, zagueiro-central);Francisco Ferreira Lopes(Mariano,
médio-direito); Francisco Albano Lima(Albano, centromédio); Francisco
Xavier de Lima(Ticão, zagueiro esquerdo); Francisco da Silva(Da Silva,
extrema-direita); José Inácio de Melo( Zé de Melo, meia-direita);
Perpétuo Correia Lima(Perpétuo, centroavante artilheiro da copa); José
Ferreira Lopes( Zé Leônidas, meia esquerda, eleito o melhor do certame);
Francisco Nogueira Barros(Tico, extrema-esquerda); Geraldo
Bernardes(técnico). Completando a seleção, Mafia(goleiro); Zé
Preguinho(zagueiro-central); Arara(médio-esquerdo),
Vicentinho(extrema-direita); Amauri(meia-esquerda). Zé Limeira, junto
com a torcida, foi o décimo-segundo jogador da "Mágica".
Mereceu
destaque especial nesta conquista histórica, o jovem prefeito José Okka
Baquit que não apenas apoiou a seleção, mas acompanhava os jogos. Tem
razão o comentarista esportivo da "Rádio Cultura de Quixadá", Everton
Lopes quando afirmou: “Foi uma seleção mágica! Não jogava futebol,
parecia mágica".
Amadeu Filho
Colaborador da RC
Radialista Profissional
Amadeu Filho
Colaborador da RC
Radialista Profissional
Fonte:Revista Central
VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS! QUANTA SAUDADE! HOJE VEMOS O TIME REBAIXADO, SEM APOIO E ABANDONADO. SÃO OS FRUTOS DO PROGRESSO? UM ABRAÇO. NEGO - S. VICENTE - SP.
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