quinta-feira, 16 de março de 2017

POLITICA - O PSDB é a cereja do bolo do Janot

Que Lula, Dilma e outros petistas estejam na segunda lista de Janot não é ser surpresa 
para ninguém. Enquanto a Lava Jato esteve circunscrita à República de Curitiba, os petistas 
foram seus fregueses preferenciais. E os tucanos, os intocáveis. A presença de peemedebistas 
graúdos também é muito óbvia, seja por terem sido sócios do PT no governo 
até optarem pela derrubada de Dilma, seja pelas conhecidas práticas do partido que, sem 
ganhar eleições, nunca saiu do poder federal. A cereja do bolo que o procurador-geral 
Rodrigo Janot está servindo ao Brasil é representada pelos grão-tucanos nela incluídos –
Aécio Neves, José Serra e Aloysio Nunes – e outros menos cotados que ainda vão aparecer. 
Janot, como Sérgio Moro, já foi benevolente com os tucanos mas agora, além de cuidar da 
biografia, não havia como fugir da revelação da Odebrecht: na política do Brasil, desde 
sempre, todos são iguais perante o caixa dois e a corrupção.
Uma das muitas serventias da lista de Janot é a de confirmar o que disse o PT quando 
foi posto no pelourinho com a descoberta de seus esquemas “não contabilizados”. “Fizemos 
o que todos sempre fizeram, diziam os petistas”. Fizeram o que nunca deviam ter 
feito, entrar no jogo que prometeram combater, mas está claro que em nada inovaram. Não 
inventaram a pólvora nem o caixa dois, nem foram os primeiros a vincular o caixa dois 
aos contratos das grandes empresas no setor público. Mas, neste tempo todo, desde 2005,
apanharam sozinhos, tendo no máximo a companhia de peemedebistas mais exagerados. 
O PSDB ficava lá, posando de vestal, apontando o dedo e desancando os petistas, imerso 
num forte sentimento de intocabilidade. Agora que a blindagem ruiu, o jeito foi ingressar 
no esforço em curso para igualar o passado de todos, anistiando o caixa dois como biombo 
de outras coisas mais graves.
Nestes quase três anos de Lava Jato, muitas foram a blindagens proporcionadas por 
Moro, Ministério Público e pelo próprio Janot aos tucanos. Janot poupou o senador mineiro 
algumas vezes, especialmente ao ignorar sua citação na delação de Alberto Yousseff 
como beneficiário do esquema Furnas. Moro jamais levou adiante as citações a tucanos, 
com foro especial ou não. A construtora Camargo Correia terá que refazer sua delação 
premiada porque, cotejada com a da Odebrecht, viu-se que omitiu informações preciosas 
sobre superfaturamento e pagamento de propina em obras dos governos tucanos no estado 
de São Paulo. Em verdade, portanto, devemos aos 77 delatores da Odebrecht, e não 
exatamente a Janot, este grande passo para a mudança nos costume políticos, confirmando 
o que todos sempre soubemos: no governo, todas as obras são previamente acertadas, todos 
os fornecedores superfaturam, todos os partidos e políticos fazem caixa. Inclusives os 
outrora impolutos tucanos. Disso, sempre souberam todos que convivem no meio político.
Mas era de ouvir falar, não de ler confissões como as da Odebrecht. Se tudo isso servirá 
para mudar a cultura política, veremos. Para tanto, teremos primeiramente que reinventar 
o sistema político-eleitoral.

FONTE - CEARÁ AGORA
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POSTADA  POR GOMES SILVEIRA

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