"O fato é que agora, mesmo com a entrada de Lula, não parece tão simples a solução do impasse"
Admitir os erros é sempre o passo
mais importante para se começar a pensar em corrigí-los. Desqualificar
as críticas, jogando-as na vala comum, como se apenas tivessem
interesses contrariados por sua vez, é a pior das reações com vistas a
encarar esses erros de frente.
Elmano de Freitas, portanto, quando
reconhece publicamente que a gestão municipal carece de maior
profissionalização, é digno de elogios. Não só porque se abre para o
debate, mas também por aceitar a crítica como parte fundamental do
processo de melhoria da máquina pública.
Antes de
Elmano, quem na gestão municipal teve a coragem de admitir erros? É bom
lembrar que, em momentos difíceis da gestão municipal, lideranças do
Partido dos Trabalhadores, quase de forma unânime, chegaram a colocar
publicamente que nenhuma crítica ficaria sem resposta e a ordem era
fazer a defesa a qualquer custo. O que aconteceu com relação à questão
administrativa, acabou se repetindo na condução do processo de definição
do candidato petista à sucessão municipal, quando ninguém se atreveu a
questionar o encaminhamento dado pela prefeita Luizianne Lins.
O
resultado dessa aceitação cega à condução da sucessão prefeitural no PT
é que o partido, que começou oferecendo 13 nomes, reduziu a quantidade
para cinco, sendo que, de fato, desde o início da discussão, a prefeita
já tinha como certo quem seria o seu preferido. Ressalte-se ainda que o
nome que a prefeita queria nunca foi discutido com a base aliada. Dentro
do partido, no entanto, nunca se questionou essa postura, talvez por
receio de contrariar a presidente da legenda.
Hoje, sabe-se
que as estratégias de condução da escolha do nome petista, apesar de
todas as variáveis inicialmente a favor da legenda, mostraram-se
equivocadas. Basta lembrar, que, ao defender seu preferido, Luizianne
não só excluiu os demais, como fechou qualquer possibilidade de
negociação com os partidos que sustentam a base. Coube ainda a prefeita
praticamente jogar a faca nos peitos de Cid, ao ameaçar Pimentel. O fato
é que agora, mesmo com a entrada de Lula, não parece tão simples a
solução do impasse. Mesmo porque, no próximo dia 3, Elmano só não será
indicado o candidato se não quiser. E aí, o PT terá que ir com ele,
custe o que custar.
Penas amareladas
Há
nos bastidores do PSDB, mesmo que de forma velada, certo
descontentamento com a direção municipal da sigla. Alegam membros do
partido que praticamente a legenda não se reúne. Pode até existir
exageros em relação à situação apresentada por alguns tucanos, mas para
quem foi eleito com a missão de revigorar o tucanato em Fortaleza, o
presidente municipal Pedro Fiúza não tem demonstrado tanto apetite para
com a função, restando ao presidente estadual, Marcos Cals, assumir
praticamente sozinho a condução da sigla na Capital.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo
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