Principal líder político do Estado, ex-senador faz movimentos, acenando com retorno
Quieto, calado, sem
dar pitacos
ou se manifestar publicamente sobre política, o ex-senador
Tasso Jereissati (PSDB) até aparenta estar cumprindo aquilo que prometeu
após sofrer derrota nas urnas: cuidar dos netos. Nos bastidores,
entretanto, o tucano cumpre uma rotina que não é típica de quem quer se
aposentar da cena pública. Todos os dias, no fim da tarde, Tasso dá uma
pausa nas atividades empresariais para fazer articulações políticas e
monitorar o cenário eleitoral.
Quem relata ao O POVO
é o presidente estadual do PSDB, Marcos Cals, candidato a prefeito de
Fortaleza este ano. Segundo ele, Tasso tem recebido com frequência
lideranças do Interior do Estado para tentar desenhar alianças, fechar
acordos e orientar políticos do Interior com vistas à disputa de 2012.
Além disso, a expectativa é que ele suba ao menos uma vez no palanque
dos cerca de 55 candidatos a prefeito que o PSDB pretende lançar este
ano.
A movimentação cheira a um possível retorno do ex-senador
ao protagonismo do mundo eleitoral, situação que chegou a ser anunciada
por Cals nas últimas semanas. Segundo o tucano, a depender do
desempenho do PSDB em 2012, Tasso pode voltar a disputar uma eleição em
2014, para os cargos de senador, governador ou deputado federal.
O peso do agora
A
performance eleitoral do PSDB este ano, tanto na Capital quanto no
Interior, é fundamental para a sobrevivência do partido e para o futuro
político de Tasso. A sigla tucana perdeu força nos últimos pleitos e
saiu de um patamar de 55 prefeituras cearenses em 2008 para 23 em 2012.
Recuperar esse fôlego significa deixar pronta uma base de apoio para
possível retorno de Tasso.
A disputa em Fortaleza terá
particular importância nesse sentido. É na Capital onde reside a maior
parte da resistência dos eleitores a Tasso. A colocação de Marcos Cals
no resultado final da eleição para a Prefeitura funcionará como um
termômetro da aceitação da Capital para o PSDB. Fora de Fortaleza,
segundo Cals, a sigla centrará forças na Região Metropolitana e na
região do Cariri, nas cidades de Barbalha e Crato, onde os tucanos
disputarão contra o PT. (Hébely Rebouças-hebely@opovo.com.br)
O POVO
tentou conversar com Tasso, mas sua assessoria de imprensa informou que
o tucano não se manifesta sobre assuntos relacionados à política.
Saiba mais
A influência de direta
2006
Luizianne apoia Cid Gomes para o Governo do Estado. Eunício Oliveira abre mão do Senado, para atrair apoio de Cid em 2010.
2008
Cid Gomes se compromete a apoiar Luizianne em troca do apoio da petista à sua reeleição.
2010
Antes aliados, Cid Gomes rompe com Tasso Jereissati. Isso mina a possibilidade de os dois saírem juntos em 2012.
Quem vai dar as cartas em 2012
Luizianne Lins
A favor:
conta com o peso partidário do PT e com a máquina administrativa da
Prefeitura, além do apoio de vários partidos de médio e pequeno porte.
Contra: sua gestão tem sofrido sucessivos desgastes e sua imagem como administradora vem dividindo opiniões na Cidade.
Cid Gomes
A favor:
possui ampla aliança partidária no Estado, com pontuais focos de
oposição. Tem uma gestão relativamente bem avaliada e expectativa de
entregar várias obras.
Contra: caso opte pelo rompimento com o PT, ficará refém de uma oposição que promete ser dura e perderá espaço no governo Dilma.
Luiz Inácio Lula da Silva
A favor:
popularidade perante o eleitorado cearense e peso político suficiente
para coordenar articulações, inclusive em Fortaleza, onde o PT
encabeçará chapa.
Contra:
questiona-se a capacidade de transferência de votos de uma liderança
nacional para candidatos nos municípios, uma disputa local.
Dilma Rousseff
A favor:
é uma das principais figuras nacionais do PT, é bem avaliada pela
população e possui o peso da máquina administrativa federal, que os
aliados sabem explorar.
Contra:
o talento político é questionado. Por estar articulada politicamente
com vários partidos, terá dificuldade de subir em palanques divididos.
Tasso Jereissati
A favor:
três vezes governador e uma vez senador, é o nome mais conhecido do
PSDB cearense e ainda possui margem de influência no eleitorado,
principalmente no Interior.
Contra: o PSDB perdeu força e Tasso já não conta com a mesma rede de apoio Ceará a fora. Também ficou isolado após derrota em 2010.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo
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