O dia de programação voltado para os vaqueiros aconteceu neste fim de semana, reunindo várias cidades
Canindé Para marca a data pelo Dia dos Vaqueiros, a Associação dos Vaqueiros, Boiadeiros e Pequenos Criadores dos Sertões de Canindé organizou missa, cavalgada, escolha da rainha, homenagens, almoço, campeonato de tambor e muito forró pé de serra. O Jornal Diário do Nordeste e o editor do Departamento Fotográfico, Eduardo Queiroz, foram homenageados, neste sábado. O vaqueiro é figura simples, porém respeitada, que ajuda a manter viva a cultura do sertão por meio de suas ações na Caatinga.
A missa foi realizada na Basílica de São Francisco das Chagas, que ficou lotada para receber os cavaleiros.
A festa começou logo cedo, com a participação de cavaleiros de vários Municípios cearenses. A cavalgada, que saiu do Parque de Exposição Francisco de Assis Bessa Xavier, chamava atenção das pessoas que ficavam nas calçadas para admirar os homens vestidos de gibão, perneiras, peitoral, chapéu de couro. A intimidade com a montaria e as músicas típicas do sertão cearense comprovaram o grande sucesso da festa dedicada ao vaqueiro. Ao som das músicas de Luiz Gonzaga, eles percorreram as principais ruas da cidade até o local do evento religioso.
Durante a celebração presidida por frei José Domingues, a Basílica de São Francisco das Chagas ficou lotada. O momento mais emocionante aconteceu quando os vaqueiros participaram do ofertório doando ao padroeiro da cidade suas peças de trabalho do dia a dia.
Frei José Domingues lembrou que se Jesus Cristo fosse brasileiro, seria vaqueiro. "O bom vaqueiro é aquele que corre atrás da criação. O bom vaqueiro é dos seus filhos, do seu lar e de sua comunidade. Seja um vaqueiro e não tenha vergonha de ser vaqueiro", ressaltou.
"O vaqueiro é um símbolo de coragem e arrojo dos sertanejos. Figura lendária, que desafia o tempo. Há mais de um século eles correm pelo campo em busca das reses desgarradas. Os cavaleiros do sertão usam armaduras de couro para se proteger dos galhos e espinhos da Caatinga. Mesmo assim, eles arriscam a vida e voltam sangrando em cada pega de boi", lembrou o historiador César Venâncio, que participa das manifestações culturais em todo o Ceará e que veio prestigiar a missa em Canindé.
Na ocasião, o Jornal Diário do Nordeste e o editor do Departamento Fotográfico, Eduardo Queiroz, foram homenageados
Para o presidente da Associação dos Vaqueiros de Canindé, José Curdulino Filho, os vaqueiros são cangaceiros sem armas. Personagens do Sertão, que se destacam na cultura nordestina. "Quem era um bom vaqueiro, na rudeza da vida do gado, se transformava quase sempre em um bom soldado volante ou em um bom cangaceiro. Daí que os recrutamentos se faziam em cima dos vaqueiros", diz. Cangaceiros e vaqueiros sempre conheceram bem os segredos da caatinga.
Os vaqueiros de Canindé têm histórias interessantes para contar. A cada conversa que se tem com um deles, uma surpresa. Percorrendo as narrativas e o imaginário cultural do Nordeste brasileiro, certamente, nenhum personagem simboliza e traduz a essência do ser sertanejo como a tradicional figura do vaqueiro.
Como forma de proteção diante deste e de outros perigos, além de sua indumentária, o tradicional terno de couro (perneira, gibão, chapéu, peitoral, luvas e botas), o vaqueiro vale-se de uma prática que, segundo ele mesmo, é a mais importante e essencial: a fé.
"A fé é algo extremamente associado a vida do vaqueiro, fundamentando, além de sua espiritualidade. A expectativa de uma vida materialmente melhor, pois parte de seu salário e pagamento dependia de tirar sorte na produção de forma previamente acertada com o patrão, mesmo diante das incertezas comuns, mas confiante em seu trabalho e contemplando o vindouro de forma otimista, ganharia um em cada quatro filhotes de gado que nascessem sob seus cuidados", lembra o vaqueiro Pedro do São Bernardo, que passou muitos anos trabalhando dessa forma.
Canindé é hoje o Município do Estado do Ceará que mais se destaca nessa modalidade. Como forma de manifestação e exercício de fé da vaqueirama, destacamos também a vivência religiosa, prática comum na região que em todos os distritos prestam homenagens aos vaqueiros nas festas de seus padroeiros. Mas é na festa de São Francisco das Chagas sempre no mês de outubro que uma programação religiosa é marcada por missa, procissão, paga de promessas, cavalgada, pega do boi no mato e vaquejadas.
Este ano, em virtude das eleições, a missa do vaqueiro será celebrada no dia 13 de outubro, às 9 horas, na Igreja de São Pedro, que fica localizada ao lado da estátua de São Francisco no Alto do Moinho.
Rainha
A inovação da Associação dos Vaqueiros de Canindé tem sido o grande diferencial nesses últimos anos. Com uma diretoria formada por pessoas envolvidas com o Dia do Vaqueiro, os resultados das ideias chamam a atenção de quem acompanha o dia a dia desses profissionais.
Por ocasião do dia dedicado a uma das figuras mais importantes na cultura popular sertaneja, foi escolhida a nova rainha do vaqueiro. Deiviane Anastácio irá representar a categoria em festas, missas, novenas, pegas de boi, vaquejadas, enfim, onde estiver acontecendo festa que envolva os profissionais.
Já na categoria mirim, Júlia Camille é a musa da vaqueirama e Caio Marcelo o rei dos vaqueiros na categoria mirim. Para Analice Abreu, que participa da Vaquejada de Itapebussu, essas inovações fortalecem a categoria e também criam novos mecanismos para outras associações copiarem a ideia.
Mais informações:
Associação dos Vaqueiros da cidade de Canindé
Parque de Exposição
Bairro: Boa Vista
Telefone: (85) 9735.2991
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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Fones(88)96694755/81212265/34121595
Sindicato dos Radialistas e Públicitários do Estado do Ceará - RP - 3742/Matricula - 6185
A.P.C.D.E.C - Matricúla 334
ACI - Associação Cearense de Imprensa
ABRACE - Associação Brasileira de Cronistas Esportivos - Matricula - 3373
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