Parte da bancada do PMDB na Câmara está com o discurso cada vez mais
afiado contra a administração da prefeita Luizianne Lins (PT). Embora
até pouco tempo estarem aliados à petista, os vereadores peemedebistas
passaram a tecer duras críticas ao governo municipal. Durante sessão
ordinária de ontem, na Câmara, foi a vez de Magaly Marques e Walter
Cavalcante endossarem o discurso.Magaly Marques foi quem primeiramente iniciou as críticas. Afirmando que o Partido dos Trabalhadores não tem mais militância pura
Magaly Marques foi quem primeiramente iniciou as críticas. Afirmando que o Partido dos Trabalhadores (PT) não tem mais militância pura, a parlamentar disse que a gestão está utilizando servidores e terceirizados para percorrerem escolas, postos de saúde e favelas com o objetivo de disseminar que o candidato Roberto Cláudio, do PSB, caso seja eleito, irá retirar o Bolsa Família daquelas pessoas que dependem do benefício.
"Isso é uma coisa grave, e a Luizianne é quem está perpetuando essa ideia. Estou falando para os fortalezenses mais humildes, pois nenhum prefeito tem a força de extinguir o Bolsa Família, porque isso é um benefício do Governo Federal", afirmou Magaly Marques. A vereadora utilizou ainda o lema "para cuidar das pessoas", utilizado por Elmano de Freitas durante a campanha, para dizer que a prefeita "gazeou" essa aula do ex-presidente Lula.
"Ela está usando desse artifício mesquinho em detrimento das pessoas mais simples. Está fazendo isso de maneira desonesta", acusou Magaly Marques, que ainda disse que dinheiro da empresa Delta foi utilizado pelo PT para compra de votos em Fortaleza, e que o mesmo irá acontecer nesse segundo turno. "Não sou uma pessoa para dizer inverdades, eles fizeram isso. Esse governo é desonesto, irresponsável e está se aproveitando das pessoas mais simples para ganhar votos", acusou.
Constrangido com as afirmações da peemedebista, o presidente da Mesa Diretora, Acrísio Sena (PT), que presidia a sessão de ontem, mandou o pessoal da taquigrafia retirar dos anais da Casa, os termos "desonesto" e "irresponsável". Magaly Marques criticou também o presidente de seu partido, o senador Eunício Oliveira, que de acordo com ela, cometeu um equívoco grande, que fez com que a legenda encolhesse na Câmara.
Reclamar
Já o vereador Walter Cavalcante (PMDB) voltou a reclamar da falta de recursos para eventos religiosos, que já haviam sido aprovados no Orçamento do ano passado e que não foram implantados pela Prefeitura. Segundo ele, a falta de verbas para a Marcha com Maria, a Marcha para Jesus e o Halleluya só não prejudicou a realização dos eventos porque o governador Cid Gomes fez o repasse do dinheiro.
O vereador Ronivaldo Maia (PT), líder da prefeita na Casa, por outro lado, disse que os recursos para os festejos estavam empenhados e lamentou que o peemedebista não tenha lembrado a ajuda da Prefeitura em outros anos. No entanto, Walter Cavalcante retrucou às insinuações do petista e lamentou que as verbas não tenham sido repassadas em ano eleitoral. "Não foi liberado um tostão. Até o dia 15, a gente lutando, e quando não conseguimos, tivemos que recorrer ao governador", reclamou.
O vereador Carlos Mesquita, que também faz parte da bancada do PMDB, mas que apoia a gestão da prefeita Luizianne, logo após a sessão, comentou que o colega de partido, Walter Cavalcante, estava "cuspindo no prato que comeu", pois, durante todos os anos da atual administração, os eventos religiosos foram apoiados pela Prefeitura.
Segundo Mesquita, o problema é que a Caminhada com Maria se tornou um festejo de conotação política, visando eleger Walter Cavalcante e outros parlamentares da região do Vila Velha, onde está o Santuário de Nossa Senhora da Assunção.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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