sábado, 27 de outubro de 2012

Politica - Elmano diz que maior acerto foi apostar em Luizianne


 
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Campanha 28/10/2012
Ao fazer um balanço da campanha, Elmano de Freitas diz que o maior acerto foi apostar na exposição da prefeita Luizianne Lins e da sua gestão, enquanto o maior erro foi demorar a romper a aliança com Cid
Elmano: "um erro foi termos insistido tanto em uma aliança que ficou claro que o outro lado não queria"

Após mais de três meses intensos de uma das campanhas mais acirradas da história de Fortaleza, Elmano de Freitas (PT) chega ao dia decisivo. Na bagagem, uma experiência que, independente do resultado das urnas, dificilmente será esquecida. O estilo reservado e pacato foi o que ele primeiro precisou mudar. “Saio diferente e acho que a principal coisa é a exposição da sua vida pessoal e política, que passa a ser apresentada por inteiro à população”, diz Elmano, na entrevista abaixo, feita logo após seu último ato de campanha em palanque, na quinta-feira.

Para Elmano, o grande acerto foi apostar na exposição do modelo da atual gestão e na imagem da prefeita Luizianne Lins (PT). Por outro lado, acha que o maior erro foi deixar a negociação da aliança com o governador Cid Gomes (PSB) se arrastar por muito tempo. “Um erro foi termos insistido tanto em uma aliança que ficou claro que o outro lado não queria.”

O POVO - Após campanha cansativa e muito disputada, o senhor sai diferente deste processo? Em que aspectos?
Elmano de Freitas– Saio diferente e acho que a principal coisa é a exposição da sua vida pessoal e política, que passa a ser apresentada por inteiro à população. Sempre tive uma vida bastante reservada e, na campanha, você se apresenta por inteiro. Isso teve uma grande alteração em mim, porque muda meu jeito de ser. Saio da campanha uma pessoa muito mais expansiva. Sempre tive muita facilidade de me relacionar com as pessoas, mas de partida eu sempre era muito recatado.
OP - Isso atrapalhou no começo? Elmano – Era uma relação de aproximação lenta para um processo de disputa eleitoral, que exige que você seja muito mais rápido. Então fui aprendendo isso com o próprio povo. Eu ouvia coisas como “fica mais à vontade”, e alguns diziam “sorria”. Evidente que isso é num crescente, porque no início eu era desconhecido do grande público e agora já sou bastante conhecido, então essa relação vai sendo crescente. Na medida em que eu fui sendo mais conhecido, fui me soltando mais. Acho que ficou na medida adequada.
  OP - Qual a grande lição que a campanha deixou?
Elmano – A coisa que mais me marcou foi ver que na periferia da Cidade e mesmo em alguns setores médios as pessoas fazem um trabalho muito voluntário em prol das outras. Muito mais do que eu conhecia. Vi gente com trabalho com drogados, com moradores de rua... Também me surpreendeu de maneira muito positiva a religiosidade do nosso povo. Sou de igreja, assisto missa, mas o que eu senti em eventos da campanha foi que o povo de Fortaleza tem uma religiosidade muito profunda. Culturalmente é uma coisa muito bonita de ver.
OP - Há algum erro que o senhor admite ter cometido durante a campanha? Elmano – Erro pequeno tem, mas não me lembro de nenhum erro grave. Talvez um erro foi termos insistido tanto em uma aliança que ficou claro que o outro lado não queria. Isso foi um erro. Fomos responsáveis também, mas eles deram muitos sinais de que não queriam manter essa aliança. Fizemos uma aposta muito profunda de que o Cid (Gomes, governador) iria dirigir o processo politico, com uma aliança que tínhamos, e ele abriu mão disso para fazer o Ciro (Gomes) dirigir o processo. Quando ele fez isso construiu um processo antipetista na cidade. Achamos que ele seria capaz de se afirmar como uma liderança. Infelizmente ele propôs não ser a maior liderança. Acho que demoramos a entender que isso estava claro.
  OP - Por outro lado, qual o grande acerto?
Elmano – A coisa mais acertada que fizemos foi ter uma posição clara, desde o começo, de que somos de um projeto que está dando certo na Cidade, e de que iríamos para a campanha apresentar o que tínhamos feito. Muita gente achava que a gente ia esconder a Luizianne e a Prefeitura. Não fizemos isso e foi o maior acerto, porque afirmamos o projeto e tivemos sinceridade de dizer ao povo o que fizemos e o que ainda não fomos capazes de resolver. Alguns problemas são históricos e tem coisas que queremos corrigir. Tínhamos muita segurança que tínhamos que fazer isso, mas, além disso, acertamos no tom de fazer. Não foi só uma campanha de dizer o que a gente fez. Não podíamos cair nessa armadilha.
OP - Qual a imagem mais marcante que fica dessa Fortaleza que você conheceu na campanha? Elmano – A cena mais marcante foi quando eu ainda era secretário de Educação. Uma escola ia ser fechada. Fui lá como secretário. Essa escola ficava dentro da favela. Quando eu entrei nas ruelas – na comunidade Garibaldi – que vi que aquelas crianças iam perder a escola, foi mais forte que qualquer cena que eu vi na eleição. Meninos com esgoto a céu aberto, sem saneamento básico e, ao mesmo tempo, as crianças indo para a escola banhadas, arrumadas. Era uma comunidade muito pobre e, ao mesmo tempo, os pais viam naquela escola o sonho para uma vida melhor.
  OP - No que a campanha mudou a sua compreensão da cidade?
Elmano – A campanha me deu muita consciência do quanto a cidade é diversa. Uma cidade com muitos grupos culturais, pessoas de comportamentos muito variados, na cultura, no trabalho, na relação com a família, na religiosidade. Fortaleza é muito mais diversa do que a gente é capaz de imaginar.
OP - E isso também é um desafio... Elmano – Sim, mas é muito gratificante também vermos na diversidade como o povo ama a cidade. Naquela região das Regionais V e VI, fico olhando às vezes os jovens e crianças. Acho que uma pessoa de classe média morando naquelas condições talvez tivesse uma relação com a vida muito amargurada. E aquelas pessoas têm uma relação com a vida que me impressiona.
  OP - A campanha foi muito tensa, sobretudo no segundo turno. Você tem alguma mágoa ao final desse processo?
Elmano – Mágoa não fica, mas fica uma avaliação política. Acho que temos que deixar a eleição passar, baixar a poeira, e sentarmos na direção do partido para avaliarmos claramente qual vai ser a nossa relação com o projeto político representado pela família Ferreira Gomes no Ceará. Fizemos uma aposta. Acho que temos motivos suficientes para pensar que essa aposta apresentou muitos problemas. Diria que o principal problema é que há uma cultura lá de que, para estar com eles, eles têm que ter o mando. E isso é um elemento muito grave para a história que temos no partido, porque temos alianças sempre muito respeitosas. E exigimos que sejam assim conosco. Essa é uma lição que temos que aprofundar, mas prefiro fazê-lo de maneira mais serena, passada a eleição, depois de alguns dias.
OP - A falta de apoios no segundo turno não revela uma falta de habilidade política? Elmano – Não, o caminho foi muito mais por uma questão de estrutura do que de programa. Os candidatos mais independentes, como o Renato (Roseno) e o Heitor (Férrer), optaram por ficar neutros. Quando conversei com o Moroni (Torgan), eu disse: “Moroni, é uma questão de coerência sua (ficar independente)”. Fui lá para parabenizá-lo e perguntar o que ele estava pensando da vida. “Não tem lógica, pela campanha que você fez, porque você falava das duas máquinas – nós e eles. Como é que você não me apoia e apoia ele?” Mas é claro que ele tem independência. Com o PCdoB tenho uma avaliação diferente, porque temos uma história de aliança e tenho tranquilidade que caminharemos juntos no futuro. O PCdoB está apoiando o outro candidato, mas não é o suficiente, da minha parte, para a gente ter um processo de afastamento. Agora, vai depender do PCdoB, porque se nós vamos fazer uma avaliação depois do grupo Ferreira Gomes e entender que temos que construir outro caminho, o PCdoB vai ter que tomar um rumo na vida.
  OP - Quanto da sua ida ao segundo turno você atribuiria ao ex-presidente Lula?
Elmano – Não sei medir, mas é muito forte. Porque o Elmano é um candidato desconhecido. À medida que ele é apresentado com o Lula, foi muito bem apresentado. É como se eu chegasse numa família e quem me apresentou a essa família foi a pessoa mais querida da família, dizendo que eu sou uma pessoa legal, em quem as pessoas podem confiar. Mas se, mesmo o Lula apoiando, tivéssemos um governo fracassado, não teríamos nem ido ao segundo turno. Isso não quer dizer que a presença do Lula não é muito forte. Eu poderia dizer que é mais de 50%. Em uma eleição são muitas forças propulsoras. O PT unido é uma força propulsora muito forte e isso foi muito importante para o Lula vir para a campanha. E a Luizianne também teve um papel muito importante. O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Elmano foi a aposta política da prefeita Luizianne Lins para esta eleição. A insistência da prefeita em banca-lo foi um dos fatores que culminaram com o rompimento da aliança entre PT e PSB em Fortaleza.
 
 
Postada:Gomes Silveira  
Fonte:O Povo
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