quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Hortifrutigranjeiros - Ceasa está subutilizada no Cariri

Barbalha. A Central de Abastecimento do Cariri (Ceasa-Cariri), inaugurada em fevereiro de 2012, neste município, tinha o objetivo de fortalecer a produção e ampliar o comércio de hortifrutigranjeiros na região, além de desobstruir o trânsito no entorno do mercado Gonzaga Mota, conhecido como mercado do Pirajá. Mas alguns feirantes não se acostumaram com o local que está sendo subutilizado. Quem insiste em vender na central reclama da descentralização da feira. Tantas opiniões diferentes resultaram em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que tem o objetivo de regularizar a comercialização dos produtos, bem como os horários e locais onde os mesmos devem ser efetuados no entorno do mercado.

O abastecimento é feito com produtos vindos, em grande escala, de Pernambuco e Bahia. Mas registra movimentação em apenas dois dias da semana FOTO: SAMYLLA ALVES
A Ceasa-Cariri é abastecida em grande escala por produtos de vários Estados como Pernambuco e Bahia. No Ceará, municípios como Barbalha, Caririaçu e Jardim, também garantem o abastecimento dos supermercados e sacolões do Cariri. O estabelecimento foi construído em local estratégico para oferecer melhores condições de acesso e trabalho, garantindo maior facilidade para realizar a carga e descarga dos produtos, além de oferecer uma variedade de hortifrutigranjeiros.

De acordo com Hamilton Lira, gerente técnico da Ceasa-Cariri, o local possui 360 módulos, 50 boxes, 15 lojas e três lanchonetes e um estacionamento com vagas para mais de 200 veículos. No local, parte do espaço é destinada a agricultura familiar. Dos 360 módulos, 84 são destinados ao Pronaf, 150 produtores são cadastrados para realizar suas vendas no local, mas, em média, apenas 50 comercializam nas feiras que acontecem nas terças e sextas-feiras.

O restante dos módulos disponíveis para comercialização encontram-se cadastrados, mas nem todos realizam vendas na Central. Quem continua a comercializar no estabelecimento reclama da descentralização da feira. Jorge Simões da Costa, que vende abacaxi no local desde a inauguração, fala sobre o problema. "No início, aqui era bem movimentado, todo mundo que vendia no atacado comercializava aqui na Ceasa, mas um foi deixando, depois outro e agora ficou muito complicado pra gente. A minha sorte é que meus clientes já me conhecem e vem até aqui comprar ou eu mando entregar", relata Jorge.

Luzineide Vieira, que tem um sacolão em Várzea Alegre, diz que prefere comprar na Ceasa. "Aqui é melhor, mais organizado. Toda terça-feira eu venho comprar os produtos", diz Luzineide. Segundo ela, no tempo que realizava as compras no Pirajá, não encontrava local para estacionar o carro e, muitas vezes, tinha medo de ser assaltada.

Semanalmente, o espaço recebe um público de apenas 700 pessoas. De acordo com o comerciante Natanael Figueiredo dos Santos, a maioria dos clientes que continua a efetuar as compras na Central é de outros municípios. "Muitos clientes de Várzea Alegre, Mauriti. Quem compra para vender em Juazeiro acaba comprando nas imediações do mercado do Pirajá. Atrapalha bastante. Tanto a gente que quer comercializar de forma mais segura, em um local apropriado, como os permissionários que deveriam utilizar o interior do mercado para vender no varejo. Enquanto não existir uma fiscalização para regular o comércio atacadista a gente vai ficando no prejuízo", pontua Natanael.

A venda de hortifrutigranjeiros no Mercado do Pirajá e no seu entorno deve ser regularizada nos próximos dias. Em audiência pública, o Ministério Público do Ceará, através da Procuradoria Geral de Justiça, firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual determina que, após 30 dias, período destinado a readaptação, os comerciantes que vendem hortifrutigranjeiro no atacado e abastecem os permissionários do mercado só poderão realizar tal abastecimento na Ceasa-Cariri.

O TAC estabelece ainda que os produtos que forem comercializados em bancas estabelecidas fora do mercado Pirajá, acomodados sobre o solo, lonas ou em outras formas de suporte, serão apreendidos. A SR Empreendimentos, empresa que administra o mercado Pirajá, órgãos de fiscalização sanitária e de trânsito deverão auxiliar na fiscalização, a fim de inibir o comércio irregular. Após o prazo determinado, fica estipulada a multa cominatória diária que varia de R$ 500,00 a R$ 2 mil.

SAMYLLA ALVES
COLABORADOR

Mais informações

Central de Abastecimento do Cariri (Ceasa - Cariri)
Avenida Leão Sampaio, S/N
Barbalha - Cariri
Telefone: (88) 3532.2489


Postada:Gomes Silveira
Edição:Ingrid Lima
Fonte:DN

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