sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

LAVA-JATO - Anastasia afirma estar 'indignado' por citação

Belo Horizonte. O senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG) divulgou nota ontem na qual afirma estar "tomando de forte indignação" por seu nome ter surgido nas investigações da Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Apontado pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho como destinatário de R$ 1 milhão enviado pelo doleiro Alberto Youssef na eleição de 2010, o ex-governador de Minas Gerais classificou a acusação de "falsa e absurda" e disse estar disposto a participar até de acareação com o agente, um dos alvos da operação.
"Uma acusação falsa e absurda
como esta me leva à completa indignação e mesmo revolta. Não sei o motivo de tal inverdade no âmbito desta operação", afirmou o tucano por meio de nota. Para Anastasia, "misturar falsidades com fatos verdadeiros" pode ser "uma estratégia dos culpados" no esquema de corrupção na Petrobras, que envolve os nomes de vários outros políticos, principalmente do PT, PMDB e PP, e levou à prisão de altos executivos de algumas das maiores empreiteiras do País.
No depoimento, Oliveira Filho disse ter entregado o dinheiro a mando de Youssef a um homem que encontrou em uma casa em Belo Horizonte. O agente, que era uma espécie de funcionário do doleiro, afirmou ter identificado o tucano após o resultado do pleito de 2010 e confirmou a identificação por meio de foto, segundo o jornal "Folha de S.Paulo". Na ocasião, Anastasia foi reeleito governador de Minas, cargo que havia assumido meses antes após o correligionário Aécio Neves renunciar ao Executivo para disputar a cadeira que ocupa no Senado.
Nas mesmas declarações, o policial federal também acusou o candidato à Presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ter recebido dinheiro de Youssef, que negou a acusação.
O tucano observou ainda que receber recursos do esquema de corrupção na Petrobras causaria "estranheza", já que era "governador de oposição ao governo federal". "Também é muito estranho o alegado encontro de um governador de Estado em uma casa que não é sua, com um desconhecido, para receber dinheiro", argumentou. E declarou ainda que seu único patrimônio "é o moral, não tendo amealhado bens no exercício dos diversos cargos públicos".
Na nota divulgada ontem o ex-governador de Minas afirmou ter constituído advogado para "solicitar o completo esclarecimento do episódio, por todos os meios possíveis, inclusive acareação com o acusador, verificação de qual seria a tal casa, a data deste alegado encontro, o meio de locomoção utilizado e todos os demais elementos para demonstrar, de forma cabal, a inverdade do depoimento".
As declarações ainda devem ser analisadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, devido ao foro privilegiado do tucano.
Defesa
Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) classificou de "falsa e covarde" a acusação de que o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi citado na Lava-Jato.
O senador tucano disse, em nota, que o PSDB não vai permitir que "biografias honradas" se "confundam com a daqueles que vêm assaltando os cofres públicos do País". Aécio reforça que o partido vai continuar exigindo uma profunda e isenta investigação.
Anastasia é afilhado político de Aécio e um dos tucanos mais próximos ao senador.
Cunha defende adesão do PMDB à CPI
Brasília. Depois de ter seu nome ligado ao esquema de corrupção na Petrobras, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou ontem que vai defender a adesão da bancada do PMDB na Câmara para a criação imediata de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para investigar irregularidades na estatal.
A declaração é um recado ao Palácio do Planalto, que privilegiou na reforma ministerial indicações políticas com maior trânsito no Congresso, numa tentativa de ter maior controle sobre a base governista e impedir inclusive a instalação de uma nova comissão para tratar dos desvios da empresa.
Setores do PMDB viram o gesto como uma movimentação para enfraquecer a sigla. Já Eduardo Cunha afirmou que uma nova CPI era inevitável, mas que agora com o apoio do PMDB ela será instalada.
Conforme a "Folha de S.Paulo" revelou, um policial federal preso na Lava-Jato citou o parlamentar como destinatário de recursos. Na delação premiada à Força Tarefa do Ministério Público, o doleiro Alberto Youssef também mencionou Cunha como beneficiário do esquema.
Youssef destaca que valores em espécie foram pagos ao deputado, que nega qualquer tipo de acusação. O Ministério Público Federal pedirá ao Supremo Tribunal Federal para investigá-lo.
"Vou propor a bancada do PMDB da Câmara que todos assinamos a nova CPMI imediatamente porque só assim esclarecermos os fatos", afirmou o deputado pelo Twitter. "Se antes já achava inevitável a nova CPMI, agora tenho certeza absoluta que com nosso total apoio ela será instalada", completou.
O PMDB é a segunda maior bancada da Câmara, com 66 deputados. Além do controle da bancada, Cunha tem forte influência em outras legendas. Alguns parlamentares dizem que ele inclusive comanda uma bancada suprapartidária. O líder do PMDB enfrenta resistências do Palácio do Planalto.
A discussão de uma nova CPI deve ocorrer em fevereiro, quando o Congresso retoma as atividades após o recesso. No ano passado, o governo conseguiu controlar a CPI que tratou das denúncias de corrupção na empresa, mas teme os desgastes políticos de uma nova investigação e prefere deixar os desdobramentos com a Justiça.
O deputado responsabiliza adversários pela divulgação de seu suposto envolvimento com a Lava-Jato. Ele disputa a presidência com Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-RJ).

Nos bastidores, aliados de Chinaglia avaliaram que a citação de Cunha impulsiona o nome do petista, desobriga o Planalto de tentar costurar um entendimento com o rival e acaba com a tese de que a corrida pelo comando da Câmara já está resolvida.


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POSTADA:GOMES SILVEIRA

COM INFORMAÇÕES DO DN

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