O segundo turno das eleições em Fortaleza reavivou o embate entre os irmãos Cid e Ciro Gomes. Enquanto Cid (PSB) se engaja diretamente na campanha de Evandro Leitão (PT), Ciro (PDT) atua nos bastidores em apoio a André Fernandes (PL). Essa cisão, que parecia ter atingido o auge durante a escolha do candidato ao governo do Ceará, em 2022, agora se reflete nas campanhas dos dois principais adversários à prefeitura da capital.
A raiz da separação foi a falta de consenso sobre quem deveria representar o PDT nas eleições estaduais daquele ano. Cid Gomes, defensor da continuidade da gestão de Izolda Cela, então governadora, insistia que ela disputasse a reeleição. Ciro, por outro lado, articulou para que o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, fosse o nome do partido. A escolha de Roberto Cláudio como candidato resultou em derrota, e a aliança política dos irmãos foi abalada.
O cenário de 2024 expõe o quanto esse racha impactou ambos negativamente. Cid Gomes deixou o PDT e ingressou no PSB, levando consigo um número significativo de correligionários. Enquanto o PSB conquistou 65 prefeituras no primeiro turno dessas eleições, o PDT ficou com apenas cinco, um reflexo direto do esvaziamento da legenda no estado e da perda de força política dos aliados de Ciro.
Além disso, figuras como Izolda Cela e José Sarto, uma apoiada por Cid e outra por Ciro, sofreram derrotas nas eleições em seus municípios, Sobral e Fortaleza, respectivamente, enfraquecendo ainda mais a base do grupo.
O segundo turno em Fortaleza se tornou, então, mais do que uma disputa entre PT e PL. É uma batalha simbólica entre os irmãos Ferreira Gomes, com destinos políticos agora aparentemente opostos. Ganha quem mantém a aliança ou quem muda radicalmente o discurso para permanecer no poder? Veremos.
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