sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Segurança - Uma mulher foi vítima de crime sexual a cada 5 horas, no Ceará, no ano de 2024

Um estupro ocorrido em Fortaleza, no último domingo (19), cometido por um motorista de aplicativo contra uma passageira, assustou a população cearense. No ano de 2024, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) registrou 2.044 crimes sexuais (entre estupros, estupros de vulneráveis e exploração sexual de menor). Dentre as vítimas, 1.771 eram pessoas do sexo feminino - o que resulta em uma média de uma mulher vítima de crime sexual a cada 5 horas.

5,1%
foi a diminuição de crimes sexuais, no Ceará, em 2024, na comparação com o ano de 2023 - que teve 2.154 registros. Apesar da queda no índice, o número de crimes computados no ano passado foi o segundo maior em um ano, na série histórica contabilizada pela SSPDS, desde 2015.

Entre as pessoas do sexo feminino vítimas de crimes sexuais, o índice diminuiu 5,4% em um ano: foram 1.873 crimes em 2023 e 1.771, no ano passado. Entre os homens, o número foi quase igual: 264 vítimas em 2023 e 263 vítimas, em 2024.

Confira os dados dos últimos 10 anos:

A diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DGP) da Polícia Civil do Ceará (PCCE), delegada Rebeca Cruz, afirma que a maioria das vítimas de crimes sexuais é do sexo feminino devido ao "machismo estrutural". "É algo que acontece com as mulheres há muito tempo. Os homens também são vítimas, mas, como os dados mostram, as mulheres de fato são as maiores vítimas desses crimes, por conta dessa questão do machismo, do agressor ver a mulher como propriedade. O crime sexual tem uma questão de poder", explica.

Uma mulher de 35 anos foi uma das vítimas de estupro, no Ceará. O crime ocorreu na saída de uma festa, no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza, na madrugada do último domingo (19), e teve grande repercussão nas redes sociais. O suspeito, um motorista de aplicativo que aceitou levar a vítima para casa, foi preso em flagrante pela Polícia Militar. Ele já foi lutador profissional de MMA (sigla em inglês para "artes marciais mistas").

Crianças e adolescentes são as principais vítimas

Os dados coletados pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp) - órgão vinculado à SSPDS - mostram ainda que as crianças e adolescentes (até 17 anos) são as principais vítimas de crimes sexuais no Ceará, no comparativo entre faixas etárias, durante a série histórica entre 2015 e 2024.

78,18%
das vítimas de crimes sexuais no Estado têm entre 0 e 17 anos. As crianças de 0 a 5 anos são 15,41% das vítimas; as crianças de 6 a 11 anos, 26,71%; e os adolescentes entre 12 e 17 anos estão na faixa etária mais atingida: eles são 36,06% das vítimas.

A delegada Rebeca Cruz ressalta que os crimes sexuais ocorridos contra pessoas de 0 a 14 anos são classificados como estupro de vulnerável. "A maioria desses casos acontece em casa, com pessoas próximas", detalha. Segundo a delegada, "devido ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e à proteção de crianças e adolescentes, a lei e a Polícia estão reprimindo esses crimes. Quanto mais canais de denúncias, mais vão acontecer essas denúncias".

A punição dos agressores precisa da colaboração de toda a sociedade. Os crimes são investigados pela Polícia, mas há uma responsabilização de todos os órgãos. Então, órgãos de saúde e de assistência social têm que incentivar a denúncia e a prevenção. As crianças e adolescentes têm que ter conhecimento sobre esses crimes."
Rebeca Cruz
Delegada da Polícia Civil e diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DGP)

As pessoas com 18 a 23 anos representam 5,82% das vítimas de crimes sexuais, nos últimos 10 anos, no Ceará. O índice cai a cada faixa etária, segundo os dados da Supesp, até chegar às vítimas de 66 a 71 anos, que são 0,1% das vítimas. Entretanto, o número volta a subir para 0,49%, para pessoas com mais de 72 anos. Enquanto 5,19% das vítimas não tiveram a idade identificada.

Rebeca Cruz destaca a importância da denúncia dos crimes sexuais: "A gente orienta que seja acionada a Polícia Militar e o 190 (número do Disque-Denúncia). Para a gente punir esses agressores, é muito importante que as vítimas, no caso das mulheres, procurem a Delegacia de Defesa da Mulher ou outra delegacia. Para registrar o BO e para fazer o exame de corpo de delito, porque a prova material tem muita importância nesses crimes. Na Casa da Mulher Brasileira, existe o atendimento psicossocial, porque a vítima se sente muito abalada, quando acontece esse tipo de crime. A gente orienta também que as pessoas denunciem crimes contra outras vítimas".


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POSTADA POR GOMES SILVEIRA

COM INFORMAÇÕES DN

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