Andrea Matarazzo e Bruno Covas, que também estavam na disputa, abriram mão da candidatura em favor de Serra.
A cúpula do PSDB esteve ontem na casa do secretário estadual de
Energia, José Aníbal, para consultá-lo sobre a possibilidade de
adiamento das prévias que escolherão o candidato do PSDB à Prefeitura de
São Paulo, marcadas, por enquanto, para o dia 4 de março.
Aníbal e o deputado federal Ricardo Trípoli são os dois tucanos que
permanecem na disputa interna desde a entrada de José Serra no cenário
da sucessão municipal. Andrea Matarazzo e Bruno Covas, que também
estavam na disputa, abriram mão da candidatura em favor de Serra.
O pré-candidato foi procurado pelo presidente do PSDB, Julio
Semeghini, e o secretário estadual de Desenvolvimento Metropolitano,
Edson Aparecido, um dos principais articuladores políticos do governador
Geraldo Alckmin. Mesmo diante do apelo, Aníbal manteve-se irredutível
contra a mudança na data das prévias.
Os dirigentes tucanos disseram a ele que era preciso dar tempo para
Serra se apresentar como pré-candidato à militância. "O ex-governador é
muito conhecido e sua pré-candidatura foi amplamente divulgada. O nome
dele estará lá ao lado dos nossos, no dia da votação. Não é preciso
mudar a data para que o PSDB saiba que Serra é candidato", afirmou
Aníbal à Folha.
O partido espera que Serra oficialize ainda hoje sua entrada na
disputa interna. O ex-governador deve enviar uma carta à Executiva
municipal comunicando sua decisão. Com isso, a direção do PSDB se
reunirá amanhã para discutir o adiamento das prévias.
Assim como José Aníbal, Ricardo Trípoli, em campanha há oito meses, é contra a mudança na data.
ANÚNCIO
Serra anunciou hoje pelo microblog Twitter que disputará as prévias do PSDB para definir o candidato tucano, conforme antecipou a Folha no último sábado.
"Sempre fui favorável às prévias para a escolha do candidato a
prefeito do PSDB. E delas pretendo agora participar. Hoje comunicarei
por escrito à direção do PSDB de São Paulo minha disposição de disputar a
prefeitura de SP", disse ele no microblog.
Em entrevista à Folha,
o secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas, afirmou ontem que desistiu
de disputar as prévias do PSDB em favor de um "projeto partidário" e que
a candidatura de Serra é a "resposta do partido à tentativa do PT de
nacionalizar a eleição para prefeito de São Paulo".
Covas, que entrou na disputa com o incentivo de Alckmin e chegou a
transferir o título de eleitor de Santos para a capital para se
inscrever nas prévias, disse que hoje o candidato do governador é Serra.
"Qualquer um que tem o Alckmin como líder não pode desconsiderar isso: o Serra surge como candidato do governador", afirmou.
Ontem, o secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, também comunicou oficialmente sua desistência
de disputar as prévias. Ele disse que está deixando o páreo em nome da
candidatura de Serra, e que tomou a decisão na quinta-feira, quando o
colega manifestou o interesse de se candidatar.
"Vocês nunca verão eu disputar uma eleição com o Serra, somos do
mesmo grupo político, somos amigos há muito tempo. Não faria sentido",
explicou.
Segundo Matarazzo, Serra decidiu entrar na eleição quando viu que "a
ameaça da volta do PT podia ser realidade". "Ele [Serra] viu e viveu a
tragédia que foi o governo do PT em São Paulo", disse. "O PT é o
adversário e é ele que devemos enfrentar."
Para o secretário de Cultura, a permanência de Serra na Prefeitura de
São Paulo, se eleito, é praticamente certa, rejeitando assim a
possibilidade dele concorrer a outro cargo em 2014, nos mesmos moldes de
sua primeira passagem como prefeito, entre 2005 e 2006.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Antonio Viana
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