Eis comentário de Erico Firmo, em sua Coluna Política
no O POVO desta terça-feira. Ele aborda a visita de Dilma, em clima de
bombeiro que veio para apaziguar a aliança política entre o governador
Cid Gomes (PSB) e a prefeita Luizianne lins (PT). Confira:
Dilma, os simbolismos e a aliança no Ceará
A frente governista no Ceará se mantém sempre aos trancos e
barrancos, raramente tem paz e caminha sempre no fio da navalha. Mas há
fortes laços que os mantêm unidos. Um deles é a percepção de que,
separados, nenhum dos grupos detém sozinho a hegemonia total no Estado. O
outro são os fiadores da aliança.
O principal deles é o ex-presidente
Lula. A lista também inclui Dilma Rousseff – menos pela sua força
pessoal, mais pelo que representa: a Presidência da República. Até a
noite de ontem, não havia vazado informação sobre tratativas políticas
entre a presidente, o governador Cid Gomes (PSB) e a prefeita Luizianne
Lins (PT). Ainda assim, a visita de ontem foi repleta de simbolismos. O
principal deles, a presença de Cid e Luizianne juntos em toda a agenda,
ao contrário do que estava previsto, segundo as respectivas assessorias.
Em agosto do ano passado, na primeira visita presidencial de Dilma ao
Ceará, a prefeita não participou dos compromissos, todos fora da Capital
naquela oportunidade. Outro simbolismo foi a declaração da presidente
em relação ao governador. Na última visita dela ao Ceará, há menos de um
mês, os dois haviam se desentendido. Reservadamente, Dilma cobrou do
governador sobre a demora nas desapropriações para as obras da
Transnordestina. Colocou em xeque, assim, a competência administrativa
da gestão estadual. Ontem, ela publicamente disse o contrário. Ressaltou
sua competência e citou a formação de engenheiro que o capacita a
resolver problemas de difícil resolução. Com isso, ela colocou uma pedra
sobre o problema passado e restituiu a sempre positiva relação entre
ambos – bem acima da média mantida com a maioria dos governadores. Além
disso, Dilma demonstra toda sua deferência em relação a Cid. Assim,
sinaliza ao PT que não aprova, de maneira alguma, a hipótese de
rompimento.
O Ceará tem importância nacional na base de sustentação governista e a
principal razão para isso é a presença política da família Ferreira
Gomes. De Brasília, todos os esforços serão no sentido de manter a
aliança. E, ontem ficou claro, a pressão recairá mais sobre o PT que
sobre o governador. Cid até provocou a presidente a falar sobre o
assunto, durante o almoço, conforme informam os repórteres Ranne
Almeida, Lucinthya Gomes e Pedro Alves, no O POVO. Mas a
presidente se esquivou e jogou a peteca para o presidente do PT, Rui
Falcão. Não é o ofício dela adentrar pelos meandros da política. Mas o
mero ritual cumprido ontem representou mensagem eloquente.
Como dizia, no O POVO de ontem, o deputado federal
José Guimarães (PT): “Claro que ela não vai tratar dessa questão aqui,
mas a presença dela demonstra que o PT precisa estar aliado ao PSB e
vice-versa. Ela não vem tratar disso, mas a presença dela diz isso”.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Eliomar de Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário