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sexta-feira, 9 de março de 2012

Aliados se afastam da prefeita para não serem cúmplices do caos, diz articulista

Com o título “A Debandada dos coligados e o isolamento petista em Fortaleza”, eis artigo do professor João Arruda, da Universidade Federal do Ceará. nele faz duras críticas à administração Luizianne Lins e avalia que aliados se afastam da prefeita para não serem cúmplices do caos administrativo. Confira:
A discussão sobre a sucessão municipal e a conveniência da manutenção da aliança PT-PSB-PCdoB-PMDB se intensificam
entre os partidos e no seio da sociedade fortalezense. A avaliação negativa da administração Luizianne Lins por parte majoritária da sociedade, o medo de uma reação dura do eleitorado fortalezense e o forte instinto de sobrevivência dos partidos têm acendido o sinal de alerta entre os coligados. O PSB, maior e mais importante partido da coligação, quase uníssono, caminha para uma candidatura própria, possivelmente com Roberto Cláudio; o Diretório Municipal do PCdoB já decidiu que sairá com a candidatura de Inácio Arruda; o PMDB, por sua vez, oscila entre o lançamento da candidatura do Danilo Forte, que parece improvável, ou apoiar o candidato do governador.
Ora, razões objetivas e subjetivas para a implosão da aliança não faltam.É crescente a dissintonia entre as demandas primárias da população e as ineficazes respostas da administração Luizianne Lins, acarretando sentimentos de frustrações, desilusões e uma difusa sensação de que o eleitor fortalezense foi e continua sendo vítima de um inusitado processo de estelionato eleitoral. Não é por acaso que se tornaram recorrentes os festivais de vaias e apupos que recepcionam Luizianne Lins sempre que ousa aparecer em público. Sem um projeto de cidade e administrando Fortaleza na base do improviso, nossa gestora vem progressivamente precarizando os serviços públicos municipais: a educação oferecida às nossas crianças é de qualidade lastimável, ocupando o centésimo octogésimo lugar em um universo de 184 municípios. Nossa saúde fica abaixo da crítica: é a 5ª pior do Brasil; nossos postos de atendimentos são imundos e sucateados e há carências generalizadas de profissionais de saúde, de equipamentos e medicamentos básicos.
A mobilidade urbana é dramática. Em sete anos de administração a prefeita não fez uma só obra estruturante capaz de minorar o setor. O serviço de transporte urbano, mesmo sendo subsidiado pelo município com milhões de reais, é de péssima qualidade seu atendimento, com ônibus insuficientes e desconfortáveis. A administração Luizianne Lins não tem um projeto de cultura para a cidade. Também nos falta uma eficiente política de geração de emprego e renda e de qualificação profissional. Nos Bairros, enquanto a violência cresce, a realidade dos nossos jovens em situação de risco é de total abandono, faltando políticas públicas capazes de lhes fornecerem redes de proteção contra o cotidiano de violência e o fácil caminho às drogas.
Por esses motivos e não aceitando mais serem cúmplices do caos administrativo reinante, os maiores partidos da coligação começam a debandada. Pelo visto, com a escolha, na próxima semana, do “Poste sem Luz”, o PT caminhará irremediavelmente rumo à derrota e ao isolamento político em nossa capital.
* João Arruda – Sociólogo e Professor da UFC – joãoarruda@ufc.br


Postada:Gomes Silveira
Fonte:Eliomar de Lima

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