Com o título “A Debandada dos coligados e o isolamento
petista em Fortaleza”, eis artigo do professor João Arruda, da
Universidade Federal do Ceará. nele faz duras críticas à administração
Luizianne Lins e avalia que aliados se afastam da prefeita para não
serem cúmplices do caos administrativo. Confira:
A discussão sobre a sucessão municipal e a conveniência da manutenção
da aliança PT-PSB-PCdoB-PMDB se intensificam
entre os partidos e no
seio da sociedade fortalezense. A avaliação negativa da administração
Luizianne Lins por parte majoritária da sociedade, o medo de uma reação
dura do eleitorado fortalezense e o forte instinto de sobrevivência dos
partidos têm acendido o sinal de alerta entre os coligados. O PSB, maior
e mais importante partido da coligação, quase uníssono, caminha para
uma candidatura própria, possivelmente com Roberto Cláudio; o Diretório
Municipal do PCdoB já decidiu que sairá com a candidatura de Inácio
Arruda; o PMDB, por sua vez, oscila entre o lançamento da candidatura do
Danilo Forte, que parece improvável, ou apoiar o candidato do
governador.
Ora, razões objetivas e subjetivas para a implosão da aliança não
faltam.É crescente a dissintonia entre as demandas primárias da
população e as ineficazes respostas da administração Luizianne Lins,
acarretando sentimentos de frustrações, desilusões e uma difusa sensação
de que o eleitor fortalezense foi e continua sendo vítima de um
inusitado processo de estelionato eleitoral. Não é por acaso que se
tornaram recorrentes os festivais de vaias e apupos que recepcionam
Luizianne Lins sempre que ousa aparecer em público. Sem um projeto de
cidade e administrando Fortaleza na base do improviso, nossa gestora vem
progressivamente precarizando os serviços públicos municipais: a
educação oferecida às nossas crianças é de qualidade lastimável,
ocupando o centésimo octogésimo lugar em um universo de 184 municípios.
Nossa saúde fica abaixo da crítica: é a 5ª pior do Brasil; nossos postos
de atendimentos são imundos e sucateados e há carências generalizadas
de profissionais de saúde, de equipamentos e medicamentos básicos.
A mobilidade urbana é dramática. Em sete anos de administração a
prefeita não fez uma só obra estruturante capaz de minorar o setor. O
serviço de transporte urbano, mesmo sendo subsidiado pelo município com
milhões de reais, é de péssima qualidade seu atendimento, com ônibus
insuficientes e desconfortáveis. A administração Luizianne Lins não tem
um projeto de cultura para a cidade. Também nos falta uma eficiente
política de geração de emprego e renda e de qualificação profissional.
Nos Bairros, enquanto a violência cresce, a realidade dos nossos jovens
em situação de risco é de total abandono, faltando políticas públicas
capazes de lhes fornecerem redes de proteção contra o cotidiano de
violência e o fácil caminho às drogas.
Por esses motivos e não aceitando mais serem cúmplices do caos
administrativo reinante, os maiores partidos da coligação começam
a debandada. Pelo visto, com a escolha, na próxima semana, do “Poste sem
Luz”, o PT caminhará irremediavelmente rumo à derrota e ao
isolamento político em nossa capital.
* João Arruda – Sociólogo e Professor da UFC – joãoarruda@ufc.br
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Eliomar de Lima
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