O deputado disse que a rebelião de aliados não vai ter impactos na votação do Código Florestal na Câmara
Brasília. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), admitiu ontem que há problemas de interlocução do governo com sua base de apoio no Congresso - por isso considera "legítimo" que as legendas aliadas reivindiquem maior espaço no governo federal.
Brasília. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), admitiu ontem que há problemas de interlocução do governo com sua base de apoio no Congresso - por isso considera "legítimo" que as legendas aliadas reivindiquem maior espaço no governo federal.
Maia disse acreditar que, após a "rebelião" conduzida por aliados, o diálogo com o Palácio do Planalto seja restabelecido. "Quando o governo assume que há problemas, a expectativa é que sejam superados. A relação com o governo é respeitosa, mas acho legítimo que os partidos que contribuíram na eleição da presidente Dilma possam participar do debate", afirmou.
Maia rebateu as críticas de que o PT ocupa a maioria dos espaços do governo ao afirmar que a legenda também perdeu postos importantes no primeiro escalão. "Não é verdade que o PT ocupa todos os espaços. O PT também tem perdido espaço, como o comando da Petrobras, os Ministérios da Pesca e Ciência e Tecnologia".
O petista disse que o debate entre os aliados não pode se "limitar a questões de cargos" no governo.
Maia disse que a rebelião de aliados não vai ter impactos na votação do Código Florestal na Câmara, prevista para terça-feira. "Quem tem menos interesse de votar o Código aqui é o governo. Não acredito que haverá qualquer impedimento do PMDB para a votação desta matéria", afirmou.
O presidente da Câmara disse que não há "nenhuma possibilidade" de alteração no texto votado pela Casa, mas admite que algumas emendas apresentadas no Senado podem vir a ser acatadas. Maia disse que avaliará, no início da próxima semana, com os líderes partidários se há clima político para votar na terça-feira, o Projeto do Código Florestal, como está previsto. Maia reconheceu que "o clima é tenso", devido a divergências entre o Executivo e os deputados em relação a alguns pontos do texto.
Segundo Maia, não há margem para construção de um novo texto de consenso, pois os deputados tendem a manter a proposta do Senado ou a restituir em parte, ou integralmente, o projeto inicialmente aprovado pela Câmara.
Diálogo reaberto
Depois de enfrentar uma rebelião na base no Senado, que levou à sua primeira derrota no Congresso (com a recusa da indicação de Bernardo Figueiredo para a ANTT), a presidente Dilma Rousseff decidiu abrir o diálogo com aliados históricos dos governos petistas. Ela comunicou às centrais sindicais que irá recebê-las em reunião no Palácio do Planalto, no dia 14. Esta será a terceira reunião de Dilma com as centrais desde o início do mandato.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henriques, disse que os sindicalistas aproveitarão para reclamar que, "neste primeiro ano de governo, a agenda do setor empresarial andou mais rapidamente do que a agenda dos trabalhadores". Segundo Henriques, as centrais se ressentiram de não serem chamadas para participar das reuniões que definiram redução de impostos que beneficiaram as empresas, que poderiam ter oferecido contrapartida para os trabalhadores
Uma pauta conjunta será apresentada pelas centrais à presidente Dilma. Entre os assuntos constarão: redução de juros; fim do fator previdenciário; a regulamentação das relações de trabalho no setor público e a terceirização de trabalhadores no setor público.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário