Imagem mostra a participação do presidente do Sindicato dos
Gráficos (Sintigrace), Rogério Andrade, na manifestação que culminou no
ato de vandalismo
A sede do Diário do Nordeste foi alvo do ataque de trabalhadores
grevistas no final da manhã desta terça-feira (29). Os envolvidos na
ação são membros dos sindicatos dos gráficos e da construção civil.
Eram por volta de 11h quando homens atiraram pedras contra o prédio. O
ataque destruiu a recepção do jornal e deixou os profissionais que
estavam no local em pânico.
O diretor-editor do Diário do Nordeste, Ildefonso Rodrigues, lamentou
o fato e criticou o vandalismo praticado pelos grevistas. "Esta ação
foi um verdadeiro abuso à liberdade de expressão, tendo em vista a
agressividade com que agiu os trabalhadores sob a orientação do
sindicato dos gráficos e trabalhadores da construção civil, como provam
as imagens e gravações feitas durante o episódio. O que aconteceu foi um
verdadeiro vandalismo, um abuso à segurança e ao nosso patrimônio.
Todos os funcionários entraram em pânico. Esta ação demonstrou uma
atitude completamente fora dos padrões. Nunca na história do jornal
houve uma agressão de tamanha gravidade. Um verdadeiro ato de
vandalismo", afirmou.
Entidades prestam solidariedade
Diversas entidades já prestaram solidariedade para com o jornal. "O
Governador Cid Gomes, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e diversas
outras entidades estão telefonando e afirmam estarem estarrecidas com o
que aconteceu", disse o diretor-editor.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará
(OAB-CE), Valdetário Monteiro, condenou a ação praticada na sede do
jornal. "Não podemos colocar em risco a vida das pessoas. As autoridades
policiais precisam estar de olho. Não podemos confundir o legítimo
direito de greve impedindo o direito de ir e vir das pessoas. Já tivemos
outros casos de violência por conta dessa greve, e isso se choca com a
liberdade de imprensa", disparou.
Violência gratuita
Não somente o prédio foi atacado. Pessoas também sofreram com a
violência gratuita praticada pelos grevistas. A apresentadora da TV
Diário, Maisa Vasconcelos, foi intimidada por um manifestante, que
tentou lhe tomar o aparelho celular com o qual ela filmava a passeata, e
ainda foi atingida na cabeça por um capacete.
"Tentou tomar meu celular e me atingiu com um capacete. Trabalhadores
sérios perdem com uma ação estúpida dessas. Taí meu brinde. Gravava
vídeo da passeata dos trabalhadores da construção civil em greve quando
um deles me agrediu...Cabeça doendo da pancada que levei. Mas o pior foi
ver que o vídeo que gravei mostra claramente o agressor. Violência
gratuita. Minha única intenção era alertar motoristas sobre o trânsito",
escreveu Maisa em seu perfil do microblog Twitter, logo após a
agressão.
No último dia 24, as equipes
de reportagem do Diário do Nordeste e do jornal O Povo também foram
agredidas enquanto acompanhavam uma passeata do movimento.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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