Nem as críticas da prefeita Luizianne Lins
fizeram o PSB de Fortaleza sinalizar para uma agilização do diálogo.
Interlocutores de Cid afirmam que quanto mais calma, melhor
No dia seguinte ao
“desabafo” da prefeita Luizianne Lins (PT) sobre a postura do governador
Cid Gomes (PSB) nas negociações para as eleições deste ano, líderes do
PSB de Fortaleza evitaram polemizar, mas deixaram claro que o partido
não tem pressa de tomar decisões sobre a aliança na Capital. Na
contramão dessa estratégia, o PT reitera: quer a situação resolvida até 3
de junho, data do encontro municipal da sigla.
“É um caso
difícil, há um esgarçamento nas relações. Mas o diretório não pode ficar
esperando. O encontro é dia 3 e é o encontro que vai ter de decidir (o
nome do candidato que disputará a sucessão)”, afirmou o deputado federal
José Guimarães, um dos petistas que vinha tentando segurar as pontas da
aliança entre PT e PSB em Fortaleza.
Na última quarta-feira,
durante entrevista, Luizianne reclamou do comportamento de Cid na reta
final das movimentações políticas com vistas à campanha. Segundo ela, o
governador não vem atendendo seus telefonemas, sequer “para dar uma
desculpa”.
Embora ainda não tenha conversado com a petista,
Cid se encontrou com o ex-presidente da República e líder máximo do PT,
Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, na última terça-feira, para
tratar da situação da aliança em Fortaleza. O encontro foi interpretado
por alguns petistas como descortesia do governador para com a prefeita.
À
revelia do incômodo dos ainda aliados, integrantes do PSB reforçam que a
estratégia do partido é justamente esperar. “O governador não deve
fazer essa discussão antes do dia 3, não. A vantagem disso é que você
será o ultimo a mover a peça no tabuleiro. Você já vai pro jogo sabendo
as peças que os adversários moveram. O PMDB lançará algum nome? O Moroni
(Torgan, do DEM), será candidato? São muitas as variáveis que
precisamos ponderar”, explicou o deputado estadual Sarto Nogueira, um
dos interlocutores de Cid no PSB.
Tanto ele quanto o
presidente municipal da sigla, Karlo Kardoso, disseram ter consciência
de que a demora pode acabar implicando rompimento com o PT. “Se a
prefeita disser que não quer mais a aliança, vamos seguir os nossos
rumos. Mas não somos nós que estamos dizendo isso”, afirmou Kardoso,
jogando a bola para a outra legenda.
A expectativa agora é que
as forças nacionais do PT entrem em cena para tentar salvar a aliança,
ponderando um nome de candidato que satisfaça ambas as siglas. Ontem, no
entanto, um encontro da cúpula nacional petista acabou deixando
Fortaleza fora da pauta.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O
governador repete estratégia adotada com o PSDB nas eleições estaduais
de 2010, quando Cid adiou a decisão sobre a aliança com o tucanato,
enquanto negociava com o PT. À época, o PSDB decidiu romper com PSB.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo
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