
Uma
das características da Administração Pública direta ou indireta é a
proteção integral dos interesses públicos que nunca poderão ser
preteridos aos interesses particulares. O Estado, frente ao cidadão,
goza de privilégios, em que pese sua atuação voltar-se sempre para a
satisfação dos direitos da coletividade.
Pelo menos assim deveria ser...
As
fotos ao lado, feitas em Quixadá, em avenida movimentadíssima, na
frente do Restaurante
“Bom D+”, no dia 22 de maio de 2012, por volta das
12h30m, mostram que nem sempre o Estado está a satisfazer os interesses
públicos, mas, às vezes, os interesses dos seus agentes.
Ironicamente,
vislumbram-se dois veículos oficiais, a serviço do DETRAN, estacionados
em local proibido (vide placa no poste) e que lá permaneceram por tempo
considerável. Não estava sendo realizada nenhuma blitzen aos
motoristas, não havendo razão aparente para o estacionamento dos
veículos que, destaque-se, estavam meramente estacionados.
Desnecessário
afirmar que o trânsito, enquanto os veículos permaneceram parados,
ficou caótico, sob os olhares de um dos motoristas do DETRAN que, dentro
da van e no conforto do seu ar condicionado, satisfazia o seu próprio
interesse (e não o do Estado).
Diante
disto, questiona-se: poderia um cidadão, da mesma forma e no mesmo
lugar, estacionar sem ser multado? Onde estava o Departamento Municipal
de Trânsito, eufórico por multas? Estariam os agentes do DETRAN
almoçando no restaurante? Se sim, não estavam representando o Estado,
porque, então, não procuraram uma vaga em local permitido – assim como
todos os outros motoristas – para estacionar? Há algum privilégio quanto
a isto?
Enquanto
isso, eis-nos, cidadãos, contribuintes, nas “garras” de um Estado que
não olha para nós. Ou melhor, olha, mas, para cobrar tributos elevados e
exigir que andemos “na linha”, quando ele próprio não “anda”. Só nos
resta exercer o “jus esperniandi” (direito de esperniar).
A produção do portal Revista Central entrou
em contato com a assessoria de comunicação do Detran, cuja, ficou de
enviar resposta, porém, já se passaram cinco dias e até o fechamento
dessa matéria não foi enviado resposta como prometido.
Renato Moreira de Abrantes
Acadêmico de Direito
Faculdade Católica Rainha do Sertão
Acadêmico de Direito
Faculdade Católica Rainha do Sertão
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Revista Central
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