Mesmo com a dissolução da aliança, PT e PSB contam com a força da estrutura de poder das máquinas públicas
Ao contrário do que a
conjuntura política indicava meses atrás, a eleição municipal de
Fortaleza ganhou uma característica peculiar. As duas principais forças
políticas do município, antes aliadas, e com o controle das máquinas
públicas municipal e estadual - a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins
(PT), e o governador Cid Gomes (PSB) - vão marchar separadamente no
processo eleitoral sucessório desse ano.
É bem verdade,
que se estivessem juntas, enfrentariam um ônus. A última pesquisa do
Ibope Inteligência, realizada entre os dias 28 e 30 de abril,
encomendada pelo diretório estadual do PSB, mostra que 48% da população
avalia a atual administração municipal como ruim ou péssima. Ao mesmo
tempo, 66% dos entrevistados desaprovam a forma como Luizianne vem
administrando Fortaleza, enquanto que o mesmo percentual diz não confiar
na prefeita.
Somado a isso, a pesquisa aponta que quase a
metade dos fortalezenses deseja que o próximo prefeito da Capital mude
radicalmente a forma como a cidade vem sendo governada. Ademais, os
entrevistados também pontuam, em sua maioria, que não querem que o
governador seja aliado da prefeita nessas eleições.
Diante
disso, temos duas lideranças que vão para a eleição com um ônus muito
pesado, que é a rejeição da união de suas forças. É tanto que a
indicação da pesquisa foi um dos fatores que levou o PSB, chefiado por
Cid no Estado, a anunciar candidatura própria para a Prefeitura da
Capital. A candidatura, todavia, não é garantia de que essa força
política do Estado obterá sucesso na disputa, já que a pesquisa também
aponta, na Capital, rejeição ao modo de governar adotado pelo
governador.
Mas, mesmo com essas aparentes dificuldades,
não se pode ignorar o poder que as duas lideranças têm por estarem com
as máquinas públicas em suas mãos. Essa é uma primazia que pode fazer o
diferencial para eles na campanha e que pode colocar em desvantagem os
candidatos que não sairão com o apoio das máquinas municipal e estadual.
Diante desse quadro, O POVO
tenta discutir nas próximas páginas quais os ônus e os bônus que os
candidatos que não sairão com esse apoio terão durante o processo
eleitoral em Fortaleza. No atual cenário político, o controle da máquina
poderá assumir dois pesos e duas medidas. Como veremos a seguir, a
quebra da aliança tanto pode facilitar, como ampliar a dificuldade dos
que estão desgarrados das gestões públicas. Mesmo porque, alguns desses
candidatos, por mais que estejam hoje alheios as possíveis benesses
dessa estrutura de poder, já fizeram parte desse seleto grupo.
O quê
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Com
as duas principais candidaturas à prefeitura rompidas, a força da
máquina pública se divide entre o PT e o PSB. Para os opositores, quais
os bônus e os ônus de disputar o pleito sem pertencer a essas máquinas?
Postada;Gomes Silveira
Fonte:O Povo
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