
De hoje a exatos dois
anos, o governador Cid Gomes (PSB) estará se preparando para deixar o
Palácio da Abolição. Provavelmente, estará planejando seu futuro
político – de olho, talvez, na vaga que ficará aberta no Senado em 2014.
Enquanto isso, outros líderes estarão se articulando para disputar a
sucessão de Cid – como, possivelmente, a petista e agora Luizianne Lins
(PT), que já terá deixado ao cargo.
Para o eleitor comum,
tantas conjecturas podem soar como mera especulação; para o político
profissional, no entanto, todos esses cenários já estão postos à mesa de
negociação. É assim, principalmente, na tentativa de acordo – até agora
fracassada – entre PT e PSB.
Com foco no futuro, Cid tem
total interesse em ter alguém de sua confiança na Prefeitura da Capital.
Em primeiro lugar, porque isso significaria um conforto administrativo
que pode lhe render bons frutos em 2014. Vale lembrar que, nos últimos
anos, Cid e Luizianne estiveram em lados opostos em projetos
considerados estratégicos para o Governo – como o estaleiro na praia do
Titanzinho, barrado pela petista a contragosto do aliado.
A
dificuldade nas negociações entre PT e PSB também passa pelos riscos que
a escolha do nome do candidato à sucessão pode implicar. Cid tem dito
com frequência que quer um nome forte e com reais chances de vitória. A
derrota do nome apoiado por ele significaria uma baixa política que o
governador nem sonha em sofrer.
Colocadas as condições, resta
ao PSB decidir entre apoiar o personagem escolhido pelo PT, lançar um
nome próprio ou mesmo se aliar à candidatura de Inácio Arruda (PCdoB).
Entretanto, há ainda outra variável a ser considerada: romper com o PT
em Fortaleza significa ganhar uma pedra no sapato. Uma vez distante da
sigla, Cid ganharia um opositor barulhento, com forte tradição de briga e
relativa inserção social – algo com que ele não está acostumado.
Ponto de vista do PT
Do
outro lado da balança estão as muitas ambições petistas, também com
foco em 2014. Assim como Cid, Luizianne também deseja ter um aliado no
controle do Paço Municipal. Perder essa prerrogativa é assinar um
atestado de enfraquecimento político, o que lhe tiraria pontos para a
eleição estadual. Mais que isso: não emplacar um sucessor seria uma
espécie de derrota administrativa – uma demonstração de que sua linha de
gestão aparentemente não logrou êxito.
Luizianne precisa
de um nome que defenda sua gestão, construa uma boa imagem de sua
passagem pelo Paço Municipal e subsidie um possível retorno à cena
pública em 2014, como possível candidata ao Senado ou mesmo ao Governo –
situações que ela nunca descartou.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo
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