Chega a 20 das 23 unidades do
Instituto Federal do Ceará (IFCE) a greve de professores e
técnicos-administrativos do Instituto. Em assembleia ontem, os
servidores deliberaram sobre os chamados serviços inadiáveis que serão
mantidos durante o período sem aulas.
De acordo com
David Moreno, membro da diretoria do Sindicato dos Servidores do IFCE
(Sindsifce), entre os serviços que não vão parar estão a manutenção dos
laboratórios com animais, pagamentos da folha, de bolsistas e
terceirizados, e realização de pregões iniciados.
O professor
Venício Soares, da diretoria do Sindsifce, explica que o movimento
grevista foi iniciado no último dia 14. Segundo o Sindsifce, apenas os
campi de Acaraú, Aracati e Baturité ainda não definiram quando vão
parar. As assembleias estão marcadas para a próxima semana nos três
campi.
Segundo Venício, as principais reivindicações dos
servidores dizem respeito à reestruturação da carreira, reposição de
22,08% dos vencimentos, corrigindo valores da inflação, e reposição do
quadro pessoal, garantindo “expansão com qualidade”. “Há uma
precarização na expansão. As unidades estão sendo construídas com
contrapartida da prefeitura, que cedem terreno em qualquer lugar”,
argumenta o professor.
Impactos da greve
A
greve nos institutos federais em todo o País coincide com o início do
período de inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), sistema
que dá acesso a vagas do ensino superior. Na avaliação de Venício,
haverá esvaziamento da procura pelo IFCE. “Seria mais plausível que a
matrícula só fosse feita quando voltasse a funcionar. Vai ter uma
revoada grande, porque ninguém vai querer se matricular em uma
instituição em greve”, projeta.
O reitor do IFCE, Cláudio
Ricardo, informa, por meio da assessoria de comunicação, que o
calendário de matrículas do Sisu “não será impactado pela paralisação”.
Ele diz considerar justa a reivindicação dos servidores, mas ressalva
que a negociação está sendo feita entre o Governo Federal e os
sindicatos.
A estudante de Gastronomia de Baturité, Renata
Andrade, conta que os alunos do campus ainda esperam a definição dos
professores pelo início da greve. Ela lembra que o calendário, já
atrasado, deve ficar mais prejudicado com a nova greve. “A gente já
esperava (pela greve), mas não deixa de desestimular”, lamenta Renata.
Para
o aluno do curso de Agronegócio de Limoeiro do Norte, Luiz Mendes, os
servidores deveriam programar as paralisações de forma a não causar
tantos transtornos aos alunos. “Tem gente que depende da formatura para
assumir um emprego. Deveria ter método mais racional para isso”,
defende.
Por quê
ENTENDA A NOTÍC
Por
enquanto, inscrição no Sisu é apenas pela Internet, mas a matrícula
presencial ocorre entre os dias 29/06 e 02/07. No impasse entre
servidores e governo, saem perdendo os alunos, que já convivem com
calendário atrasado por greves de anos anteriores.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo
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