Câmara Municipal - Vereadores comentam o resultado das eleições

Nem todos foram à sessão de ontem, mas os que lá estavam, eleitos ou não, só trataram dos resultados do pleito

No retorno aos trabalhos legislativos depois do pleito de domingo passado, os vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza aproveitaram para se solidarizarem com aqueles que não conseguiram a reeleição para a próxima legislatura. Não faltaram críticas ao uso das máquinas nas eleições municipais, além das pesquisas, que segundo eles, foram determinantes para definir tanto a disputa majoritária quanto a proporcional.

Vereadores eleitos e derrotados dão gargalhadas ao comentarem sobre as eleições municipais para eles finda no último domingo. Ontem a Câmara retomou suas atividades normais após a paralisação de alguns dias
Durante a sessão ordinária de ontem, poucos foram as proposições aprovadas, a maior parte delas requerimentos, visto que a pauta estava enxuta. Depois da votação, a sessão foi liberada para explicações pessoais dos parlamentares reeleitos e daqueles que não conseguiram o número de votos suficientes para retornar para a Casa Legislativa.

O presidente da Câmara Municipal, Acrísio Sena (PT), abriu os trabalhos da Casa às 10h12 quando tinha 16 parlamentares presentes ao auditório Ademar Arruda, onde acontecem as sessões até a reforma do plenário. O petista fez uma saudação, parabenizando aqueles que conseguiram reeleição e a alguns presentes, que tentaram, mas não obtiveram êxito nas urnas.

Rodízio
"Quero parabenizar os que chegaram e aos que contribuíram com o debate desta Casa. A mudança, o rodízio, faz parte da política. Aos eleitos, sejam bem vindos, aos colegas que não lograram êxito eu levo minha solidariedade e apoio", disse Acrísio Sena durante abertura dos trabalhos de ontem.

Assim como ele, os vereadores Eron Moreira (PV) e João Alfredo (PSOL), lembraram ter realizado campanha limpa, sem o uso de carro de som ou de pinturas em muros. Desses, somente Eron não conseguiu se reeleger, ficando na primeira suplência do partido. O parlamentar, que obteve 7.981 votos no pleito de domingo, não deixou claro a quem irá apoiar para a Prefeitura no segundo turno, ainda que sua legenda esteja apoiando Elmano de Freitas (PT).

Alguns vereadores, por outro lado, aproveitaram o momento para reclamar do uso da máquina nas eleições municipais, que segundo eles, prejudicou o desempenho de boa parte daqueles que não conseguiram reeleição. Foi o caso da vereadora Eliana Gomes (PCdoB), que afirmou ter tido uma campanha "muito difícil", pois teve que enfrentar "campanhas milionárias", que impediram o seu retorno à Casa. "O sentimento que nos rodeia nessa cidade é que as campanhas foram muito mornas, com pouca participação de militantes. Mas saio feliz pelo que fiz por essa cidade", salientou.

Mulheres

O número de mulheres na Casa Legislativa, mesmo com a saída de Eliana Gomes, passa de três para sete na próxima Legislatura, isso porque além da reeleição de Magaly Marques (PMDB) e Leda Moreira (PSL), outras cinco conseguiram se eleger no pleito de domingo. São elas: Germana Soares (PHS), Cláudia Gomes (PTC), Tamara Holanda (PSDC), Toinha Rocha (PSOL) e "Ba" (PTC). Esta última, inclusive, esteve na Câmara Municipal para conhecer o funcionamento do Poder Legislativo.

O vereador Marcílio Gomes (PSL), que apoiou a candidatura da esposa, Cláudia Gomes, lamentou o uso da "máquina financeira" na campanha eleitoral, que segundo ele, mesmo conseguindo eleger Cláudia Gomes, teve dificuldades por conta de candidatos que tiveram apoio da gestão.

Legislação

"Nós fizemos uma campanha simples, de pé no chão, andando de casa em casa. Não tivemos o apoio necessário, mas mesmo assim, conseguimos a vitória com o apoio dos amigos", disse o parlamentar.

Luciram Girão (PMDB) criticou o modo como a legislação eleitoral funciona, pois mesmo tirando uma votação expressiva, não conseguiu se reeleger pelo seu partido, que só fez quatro nomes. Já Jorge Vieira (PSB) criticou a postura da direção de sua legenda, que optou por coligar-se com PRB e PSL, fazendo cinco nomes para a Casa, sendo apenas dois do PSB. "Se tivesse ido sozinho, o partido faria quatro ou cinco vereadores. Batalhei contra isso, mas não me ouviram. Hoje seríamos a maior bancada da Câmara", disse o parlamentar que também não disputou as eleições.

 

 

Postada:Gomes Silveira

Fonte:Diário do Nordeste

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