Contrariando a avaliação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o
ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) disse nesta
segunda-feira (8) que o mensalão atrapalhou o PT nas eleições, mas que o
partido "conseguiu sobreviver a esse obstáculo".
Postada:Gomes Silveira
Carvalho, que foi chefe de gabinete de Lula durante todos os oito anos
de governo do ex-presidente (2003-2010), classificou o uso do julgamento
do escândalo por adversários como uma "saraivada".
"É muito difícil já termos uma opinião formada sobre isso. Que houve um
grau de interferência, é evidente. Cidades do interior de São Paulo mais
conservadoras nós tivemos mais dificuldades. É evidente que em São
Paulo isso teve o seu peso, mas é muito difícil quantificar", disse o
ministro, em conversa com jornalistas no fim da tarde desta segunda, no
Palácio do Planalto.
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília |
Carvalho disse que Lula "minimizou" o impacto do caso nas eleições.
Ontem, ao votar, Lula disse que o povo não estava interessado no
julgamento, mas se o Palmeiras vai cair para a segunda divisão do
Campeonato Brasileiro.
O ministro, no entanto, disse que a participação de Lula e da presidente
Dilma Rousseff na campanha, especialmente no caso de Fernando Haddad,
foi fundamental para neutralizar um impacto ainda maior do mensalão na
disputa eleitoral.
"[A participação] foi fundamental para contra-arrestar essa influência
muito negativa, muito pesada, quase que massacrante, que veio nos
últimos dias da campanha, com o uso intensivo nas inserções daquela
história do mensalão. É provável que nós tenhamos perdido votos ali, mas
que não foram suficientes para tirar, por outro lado, aquilo que nós
agregamos com essa forte presença do Lula e da presidente Dilma",
afirmou Gilberto Carvalho.
O ministro também manifestou preocupação com o aumento significativo nos
votos nulos e brancos em São Paulo, apesar da presença de Haddad,
apresentado pelo PT como um candidato-novidade. Segundo ele, parte do
aumento do voto nulo é fruto da "criminalização da política".
"Toda vez que você criminaliza a política, e você acha que ganha com
isso, normalmente você acaba levando a um processo de desmobilização da
consciência política, militante e votante. Toda vez que forças políticas
apostaram na criminalização da política, ninguém ganhou isso. Recomenda
a democracia que a gente faça todas as denúncias, faça todo o cuidado
da ética, mas quando você tenta generalizar isso a um partido, a uma
força política, não se ganha com isso, o que se ganha é esse tipo de
reação, de protesto ou de afastamento da participação política", disse o
ministro.
ALIANÇAS
A respeito da participação da presidente Dilma em palanques de aliados
no segundo turno, Gilberto Carvalho disse que ela ainda não decidiu a
quais cidades irá, e nem com que frequência. Segundo ele, a presidente
manterá a postura do primeiro turno, de "muita cautela", para não
melindrar partidos que compõem a base aliada do governo federal.
"Evidente que todo lugar onde o outro lado não tenha base aliada, ela
estará mais livre. Mas ela não tomou decisão nenhuma ainda, vai analisar
com cuidado", disse Carvalho.
Motivo de preocupação entre petistas, o bom desempenho do PSB e a
consequente valorização do capital político do governador de Pernambuco e
presidente nacional da legenda, Eduardo Campos, foi celebrado pelo
ministro. "Nós temos que nos alegrar com o crescimento do PSB", disse.
Em relação à eleição paulistana, o ministro considerou normal um
eventual apoio de Celso Russomanno (PRB) a Haddad, apesar da disputa
entre os dois no primeiro turno. O partido é da base governista e tem o
controle sobre o Ministério da Pesca, cujo titular é Marcelo Crivella
(PRB-RJ).
"O segundo turno é para se avaliar agora quais são as melhores
propostas, e as forças políticas se rearticulam. Então, não seria nada
estranho que o PRB viesse dar apoio ao Haddad. Se o Haddad tivesse sido
ofensivo ao Russomanno, era diferente. Mas ele fez uma crítica objetiva e
forte sobre uma proposta que era equivocada", disse.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Folha
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