A campanha "Cartão vermelho ao trabalho infantil" foi lançada nas cidade de Russas e Limoeiro do Norte com palestra e prestação de serviços à comunidade. No final, acontecerá Festival de Arte e Cultura
Unir a comunidade Alto São João, localizada na periferia deste município, para discutir direitos e deveres de crianças e adolescentes, tem sido o principal desafio para os agentes da Cáritas. O Projeto Catando Cidadania envolve os catadores e filho de catadores, nas cidades de Russas e Limoeiro do Norte.
A campanha, que tem como tema "Cartão vermelho ao trabalho infantil", tem o objetivo de discutir com toda comunidade os direitos da criança e do adolescente, visando fortalecer as reivindicações, a efetivação dos direitos e denunciar a violação dessas garantias, sofrida por essas crianças. O lançamento contou com palestra sobre realidade e perspectivas da comunidade. Em seguida, houve lanche e foram oferecidos serviços gratuitos para as famílias, como corte de cabelo, verificação de pressão, teste de glicemia e prestação de serviço para as famílias cadastradas no CadÚnico.
Participaram do lançamento pais e crianças da comunidade, voluntários, Associação de Cabeleireiros e Secretaria de Ação Social do município. A programação se estenderá durante todo o sábado com oficinas e brincadeiras para as crianças, realizadas na capela da comunidade.
A cidade de Limoeiro do Norte segue o mesmo cronograma da programação, que será realizada na sede do projeto Paz e União, mobilizando filhos de catadores desta cidade.
De acordo com a agente que acompanha o projeto, Silvânia Mendes, a realidade de vulnerabilidade pela qual passa a comunidade tem sido a maior dificuldade para envolver os pais.
"Eles não têm a percepção da importância da participação dessas crianças nessas oficinas que o projeto realiza, então, eles não estimulam a participação delas, mas elas acabam vindo por conta própria", explica a agente.
Sobre o trabalho infantil, ela esclarece que houve uma evolução na retirada das crianças do lixão para uma quantidade mínima. "Ainda existem, mas são raríssimos os casos". A realidade do trabalho infantil é dentro das próprias casas, segundo ela.
"As crianças deixam de viver socialmente, culturalmente, aqui na comunidade, porque estão assumindo o trabalho doméstico. Elas ficam em casa, cuidando de outras crianças, fazendo serviços domésticos para que os pais possam sair e trabalhar", explica Silvânia.
Como consequência, ela aponta que há um índice de abandono e insuficiência escolar, onde elas acabam não atingindo a média almejada. "Sem contar a perda da infância, que é o principal", lamenta.
Segundo Silvânia, o projeto envolve a criança em atividades educativas e culturais, estimulando um aprendizado positivo, de forma que elas também se conscientizem sobre os seus direitos e sobre os deveres dentro da realidade de cada um.
O projeto Catando Cidadania encerrará as atividades com o Festival de Arte e Cultura, que será realizado em Russas nos dias 1 e 2 de Dezembro. O festival terá caráter regional e reunirá jovens e crianças de Russas, Limoeiro do Norte e Potiretama.
De acordo com dados do IBGE, em 2000, havia 81.650 crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos, realizando trabalho em situação irregular no Ceará. Em levantamento feito sobre o trabalho infantil no Estado, realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/CE), constatou que, em 2010, mais de 58 mil crianças ainda trabalham de forma ilegal nos municípios.
Mais informações:
Projeto Catando Cidadania é realizado pela Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte
Rua Cônego Climério Chaves, 2909, Centro. Telefone: (88) 3423.3222
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
centralquixada@gmail.com
centraldenoticias@bol.com.br
gomessilveira13@gmail.com
Fones(88)96694755/81212265/34121595
Sindicato dos Radialistas e Públicitários do Estado do Ceará - RP - 3742/Matricula - 6185
A.P.C.D.E.C - Matricula 334
ACI - Associação Cearense de Imprensa
ABRACE - Associação Brasileira de Cronistas Esportivos - Matricula - 3373
Nenhum comentário:
Postar um comentário