Defensor do ex-policial
Bola, que será julgado em abril, advogado avisa que tentará interrogar
todas as testemunhas no júri do goleiro, apesar da decisão da juíza do
caso de permitir apenas perguntas aos réus
Ercio Quaresma, um dos advogados do acusado Marcos Aparecido dos Santos, o Bola
(João Miranda/O Tempo/Estadão Conteúdo)
Se havia alguma esperança de que o julgamento do goleiro Bruno
seria tranquilo, desde já esta perspectiva está sepultada. As sessões
do Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais, terão presença
garantida de um controverso personagem, acostumado a tumultuar os
espaços
que ocupa. Mais que isso, aliás. O advogado Ércio Quaresma, que
defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, com
julgamento previsto para abril, afirmou ao site de VEJA que pretende
aproveitar a oportunidade para inquirir não somente os dois réus do
sequestro e morte de Eliza, mas também todas as dez testemunhas
arroladas pela defesa e o Ministério Público. Segundo Quaresma, ele e os
colegas já se posicionaram contra a determinação da juíza Marixa
Fabiane Lopes Rodrigues, de que os advogados dos demais réus no processo
interroguem apenas os acusados. Para derrubar a decisão da magistrada,
encaminharam uma petição ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG),
pedindo vistas.
Em novembro do ano passado, Quaresma e os colegas Fernando Magalhães e
Zanone Manoel de Oliveira Júnior foram os primeiros a conseguir o
adiamento do júri do ex-policial, manobra que foi acompanhada pela
defesa de Bruno um dia depois. Quaresma já foi defensor do goleiro, mas
acabou destituído em 2011, após o surgimento de um vídeo em que aparece
fumando crack.
“Garanto que não vou criar qualquer tumulto. O que pretendo é exercer a
plenitude da defesa de meu cliente. Quero ter acesso às provas anexadas
ao processo e inquirir quem eu julgar necessário e o tempo que for
preciso para garantir a absolvição do Bola”, disse o criminalista.
Uma das polêmicas envolvendo Quaresma durante no início do julgamento
dos acusados da morte de Eliza Samudio foi um comentário dele, de que
bastaria um piscar de olhos para que Bruno destituísse o advogado Rui
Pimenta e ele voltasse a defesa do goleiro. Já no primeiro dia, Bruno
destituiu Pimenta, mas quem passou a representá-lo foi o criminalista
Lúcio Adolfo da Silva. Ércio Quaresma garante que foi um comentário
inocente de bastidores, que tomou proporção maior por coincidência.
Há rumores de que Quaresma tem uma gravação de uma confissão de Bruno
sobre a morte de Eliza, mas o criminalista garante que são apenas
boatos. “Todas as vezes que estive com o Bruno na penitenciária fui
submetido a exames de Raio X. Eu tive problemas de saúde, não de
caráter”, defendeu-se.
Estabilidade – Atual advogado de Bruno, Lúcio Adolfo
da Silva disse estar confiante em seu trabalho e no de seus colegas. Ele
acredita na permanência da equipe até o fim no júri. “O Bruno confia no
meu trabalho. Estamos centrados para fazer o melhor, provar a inocência
dele e sair do plenário com uma absolvição”, afirmou Silva. Segundo
ele, o que aconteceu com o Rui Pimenta foi uma insatisfação de Bruno com
o rumo que o colega tomou: muita exposição na mídia e as declarações de
que Macarrão cometeu um crime por motivação passional, em nome de um
amor que nutria pelo amigo.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou na segunda-feira que a
petição dos advogados Ércio Quaresma, Fernando Magalhães e Zanone de
Oliviera contra a decisão de Marixa ainda não chegou para apreciação.
Apenas o pedido de Habeas Corpus em favor de Bruno aguarda julgado. A
defesa do goleiro anexou ao pedido de soltura a proposta de emprego do
jogador no Boa Esporte Clube, time de futebol da cidade de Varginha, no
Sul de Minas.
Fonte:Veja
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