Crateús. Cerca de 60 pessoas, participantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), movimentos dos sem teto e associações comunitárias ocuparam, ontem, as dependências do Centro Administrativo, especialmente o Gabinete do Prefeito, neste município. Eles chegaram por volta de 10 horas de ontem e, até o fechamento desta edição, ainda permaneciam no lugar. Eles decidiram ficar no Centro até hoje, e esperam uma equipe da Secretaria Estadual das Cidades.
O clima foi tenso no local durante a ocupação. Houve, inclusive, conflito entre os manifestantes e agentes da Guarda Civil Municipal FOTO: SILVÂNIA CLAUDINO
O movimento cobra das autoridades locais, estaduais e municipais providências urgentes com respeito à moradia urbana e soluções de convivência com o semiárido devido à estiagem.
"Queremos perfuração de poços profundos, recuperação dos poços já existentes nas comunidades, projetos produtivos nas áreas em que ainda há água, prorrogação do crédito emergencial, além de ampliação e aumento no valor da bolsa estiagem, de R$ 80 para R$ 200", explica Antônio Pereira, da direção estadual do MST.
Para a moradia urbana, o movimento exige liberação de três áreas na cidade (nos bairros Cidade 2000, São José e Fátima I) que estão ocupadas pelos sem teto, estrutura para as famílias que estão acampadas, bem como a realização dos projetos para construção das unidades habitacionais. Cobram também a atualização do Plano Diretor.
Projetos
O chefe de gabinete, Helder Leitão, que não estava no município, informou que os projetos que dependem da gestão municipal foram encaminhados à Caixa Econômica e que aguarda liberação do órgão. Os contatos com a Secretaria das Cidades também foram realizados, e inclusive audiência junto ao secretário Camilo Santana. Disse que não compreendia a necessidade da ocupação do Centro Administrativo por parte do movimento, "já que estamos sempre de portas abertas para recebê-los", citou.
O clima foi tenso no Centro Administrativo no momento da ocupação. Houve conflito entre os manifestantes e agentes da Guarda Civil Municipal. Servidores do Gabinete afirmaram que no confronto o inspetor da Guarda Civil, Severino Gomes, foi lesionado e que a ocupação foi feita de forma agressiva pelos manifestantes. Os líderes do movimento afirmam que foram recebidos com violência e que alguns manifestantes foram atingidos por agentes da Guarda.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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