O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a
criticar a oposição, ao discursar em um evento em comemoração aos 30
anos da fundação da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), que ocorreu
na manhã desta quarta-feira, em São Paulo. Durante quase 35 minutos de
discurso, Lula defendeu maior organização política dos movimentos
sindicais e aproveitou para rebater críticas de seus "inimigos" e da
imprensa, se comparando ao ex-presidente dos Estados Unidos Abraham
Lincoln (1861-1865).
"Esses dias eu estava lendo o livro do Lincoln. Eu
fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860.
Igualzinho batem em mim. E o coitado não tinha computador, ele ia pro
telex ficar esperando (para responder)", disse o ex-presidente, pouco
depois de fazer críticas aos "formadores de opinião" da imprensa
brasileira - sem citar os nomes dos veículos de comunicação ao qual se
referia.
"Nesse País, os formadores de opinião pública eram
contra as Diretas Já, só foram para a rua quando tinha 30 mil pessoas na
praça da Sé. (...) Essa gente nunca quis que a gente ganhasse as
eleições, que a Dilma ganhasse as eleições. E nunca quis que a gente
fosse progressista", completou.
Lula também aproveitou para fazer ataques indiretos ao
PSDB e defender o governo da presidente Dilma Rousseff, criticado pela
cúpula tucana nesta semana. "Nós sabemos o time que nós temos, sabemos o
time dos adversários e sabemos o que eles estão querendo fazer conosco.
Eu acho que a bronca que eles tinham de mim era o meu sucesso. E a
agora, é o sucesso da Dilma. Ou seja, eu acho que eles não admitem que
uma mulher, se fosse a mulher deles tudo bem, que veio de onde ela veio,
não é pra dar certo, Senão a moda pega, daqui a pouco alguém de vocês
vai querer ser presidente da República, não é pra gente de baixo".
Na última segunda-feira, em um evento ao lado do senador
Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)
afirmou que o "PT cuspiu no prato que comeu" e se referiu à Dilma como
"ingrata".
Movimentos sindicais
Lula também destacou a importância dos movimentos sindicais no Brasil, mas defendeu que a CUT e os sindicatos se organizem de forma política para conquistar suas reivindicações, em especial, o pleito pela redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas.
Lula também destacou a importância dos movimentos sindicais no Brasil, mas defendeu que a CUT e os sindicatos se organizem de forma política para conquistar suas reivindicações, em especial, o pleito pela redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas.
Ao lado do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral
da Presidência), que representou Dilma no evento e é o responsável pela
interlocução do Planalto com os movimentos sociais, Lula disse ser
favorável à marcha que as centrais planejam fazer em Brasília em março.
"Eu sei que vocês reivindicam a pauta da jornada de
trabalho de 40 horas semanais. (...) Quando eu era presidente eu disse
(para sindicalistas): eu, se fosse vocês, não ia esperar uma medida
provisória do governo. Eu iria politizar esse debate, pegar assinaturas
nas portas de fábrica e ir para o Congresso", afirmou. "Não faltará
disposição do governo em atender, se não toda, parte das tratativas dos
trabalhadores. (...) O que a CUT não pode perder é o limite e a
compreensão das possibilidades e da conjuntura política", completou.
Por fim, o ex-presidente arrancou risos da plateia ao
declarar que os sindicalistas podem esperar mais flexibilidade de Dilma
que dele mesmo - a presidente é famosa pela sua postura firme. "Acho que
vocês vão ter uma relação ainda melhor com a Dilma que comigo. (...)
Mesmo quando a mulher é dura, ela é mais flexível que o homem",
concluiu.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Terra
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