Mais de 200 cavaleiros e 40 amazonas se inscreveram na I Prova, realizada em Fortaleza e em Quixadá. A disputa atrai os criadores de cavalos fotos: Alex Pimentel
Na etapa realizada em Quixadá, no Parque de Exposição Valdir do Couto Dinelly, durante a 36ª Exposição de Ovinos e Caprinos do Ceará (Expocece), cavaleiros e amazonas deram uma demonstração da potencialidade do esporte de montaria. Além do acréscimo no número de competidores, o circo montado no entorno dos monólitos agradou os visitantes e o público local. "As tomadas de tempo se estenderam até à noite", explicou o criador e um dos organizadores do circuito no Sertão Central, Daniel Barrocas. Pelo segundo ano consecutivo, a competição retornava a sua terra natal.
Conforme Daniel Barrocas, além do público, a prova dos três tambores está atraindo o interesse dos criadores de cavalos Quarto de Milha, cavaleiros e amazonas, de todo o Ceará e até de estados vizinhos. Ele cita como exemplo o criador cearense Claudio Rocha, do Haras Claro, produtor de animais consagrados nacionalmente de corridas, premiado várias vezes como melhor criatório.
Agora participará com seus animais das provas de tambor, onde colocará para treinamento inicialmente um filho ou filha de seu reprodutor Cashemir Bryan. O sucesso desse interesse é merecido ao esforço da equipe do Núcleo Cearense do Cavalo de Trabalho (NCCT), com sede no Eusébio. O administrador de empresas Alexandre Fontelles é o organizador das provas e um dos maiores incentivadores dessa atividade esportiva no Ceará.
Articulação
Alexandre Fontelles atribui à ascensão da prova do tambor no Ceará "Q National Barrel Horse Association" (NBHA), uma entidade americana, responsável pela introdução dos três tambores no Brasil, por intermédio do criador e esportista Marcelo Delchiaro, articulador da internacionalização do esporte em solo brasileiro. A NBHA chegou ao Ceará em dezembro de 2009, através do Núcleo Cearense do Cavalo de Trabalho (NCCT). Em janeiro de 2010 promoveu um curso para formação de juiz oficial e um de técnico, administrado pelo bicampeão mundial de três tambores, André Coelho.
De acordo com Fontelles, o esporte foi praticado no Brasil no início da década de 1990. Foi esquecido por um período de 15 anos, retornando em virtude dos esforços de um paranaense, o Sargento Élcio, na época servindo o Exército Brasileiro em Fortaleza, na segunda metade da década passada. Muitas das crianças daquela época, agora adultos, retornaram ao esporte, organizando provas em sítios, mais adiante em hípicas. Destacando-se também o vice-presidente do NCCT por dois mandatos consecutivos, Leonardo Lima. A casa dele era o ponto de encontro das primeiras reuniões. Seu haras é a sede da entidade até hoje.
Outro personagem importante, citado por Fontelles, é Rodrigo Freitas, titular da Fazenda Forquilha, em Horizonte. A propriedade dele foi palco de grandes provas. Hoje também com um excelente centro de treinamento, formando animais de destaque no cenário nacional, além de oferecer treinamento para formação de novos competidores, profissionais e amadores.
Alexandre Fontelles confessou seu interesse pelo esporte como diversão sadia para seu casal de filhos, hoje com 12 e 11 anos de idade. Na avaliação dele, além do bom ambiente familiar surgiram boas amizades. Ele acabou assumindo a presidência do NCCT no final de 2009. Seu mandato foi marcado pela conquista da NBHA e mais adiante da Associação Brasileira de Quarto de Milha (ABQM), dando uma tônica mais empresarial e profissional na modalidade, formando os cearenses Marcio Araripe e Miguel Melo juízes oficiais, respectivamente, da NBHA e da (ABQM). Na ocasião ele deu inicio ao projeto de Interiorização da pratica esportiva equestre no Ceará.
Além da diversão sadia com espírito competitivo a Prova dos Três Tambores gera emprego e renda, principalmente para o homem rural. Conforme pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA), a indústria do cavalo no Brasil emprega mais que o ramo automotivo, os correios e a comércio atacadista. Em cifras monetárias supera a cachaça e até o café torrado. Os tambores são distribuídos de forma triangular, com uma distância de quatro metros um do outro.
Disputa
A distância entre os tambores deverá ter a medida exata, podendo ser modificado quando se fizer necessário. O competidor deverá contornar o tambor um pela esquerda do mesmo em direção ao tambor dois, contornando-o pela direita, dirigindo-se ao último, contornando-o também pela direita, retornando até passar o marcador de tempo. O percurso pode ser realizado no sentido inverso.
A linha de partida e chegada deverá ser bem demarcada e nela instalada o equipamento de fotocélula. O espaçamento entre os aparelhos de fotocélula deverá ser de 10 metros no mínimo e sempre que possível instalado na cerca lateral. Uso de painel eletrônico ou impressora de tempos também é recomendado. No caso de uso de cronômetros o tempo do competidor deve ser divulgado a cada passagem.
A linha de partida e chegada deverá ser bem demarcada e nela instalada o equipamento de fotocélula. O espaçamento entre os aparelhos de fotocélula deverá ser de 10 metros no mínimo e sempre que possível instalado na cerca lateral. Também é importante o uso de um painel eletrônico e impressora de tempos. No caso de uso de cronômetros o tempo do competidor deve ser divulgado a cada passagem.
Na linha de partida é permitida a largada a todo galope. A contagem do tempo inicia-se no momento em que o focinho do animal cruza essa linha, encerrando-se a contagem no retorno do animal, no momento em que o focinho do mesmo cruzar a linha de chegada.
A Prova tem por objetivo reunir criadores, proprietários, competidores e treinadores em competições organizadas segundo os melhores critérios, exigindo o maior desempenho e habilidade possível do conjunto cavalo e cavaleiro. Nas competições organizadas ou sancionadas pelo NCCT podem participar animais de quaisquer raças, com ou sem registro e também animais sem raça definida.
É obrigatório o uso de capacete nas categorias abaixo de nove anos. Competidores que não usarem capacetes devem usar chapéu ou boné.
ALEX PIMENTELCOLABORADOR
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Prova desperta interesse em todo o mundo
"Para o Ceará usufruir dos benefícios da grandeza dos esportes de montaria é de vital importância o fomento das modalidades equestres com provas oficiais de entidades de representatividade nacional e internacional, onde a ciência propicia técnicas atualizadas na lida com os animais. Qualificação de mão de obra desde a doma racional, conquistando ao invés de subjugar.
Com tratamento dentário para o máximo desempenho esportivo e otimização nutricional dos alimentos ingeridos. Completo conhecimento da morfologia e psicologia equina por parte dos treinadores. Transferência de embriões e inseminação artificial que propicia melhor aumento da natalidade de campeões. Acompanhamento veterinário da saúde óssea dos equinos atletas, evitando acidentes. Investir no esporte equestre neste cenário é incentivar o crescimento de uma indústria não poluente. Mercado que emprega notadamente o homem rural, qualificando-o, assim tirando jovens da ociosidade. Dando excelentes perspectivas futuras para empregos em ambientes alegres e descontraídos. Evitando o êxodo rural, a proliferação de favelas diante do aumento desorganizado das grandes metrópoles. Empresas que patrocinam as competições neste modelo associam sua imagem de maneira positiva. O muito acima mencionado é um pouco das variáveis responsáveis pelo intenso crescimento dos Três Tambores em todo o planeta.
Alexandre FontellesDiretor da Federação Equestre do Ceará
alexandre_fontelles@hotmail.com
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Fixo
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Da Redação
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