Chegar ao fim do ano sem dinheiro no bolso é uma situação que
traz consigo um sentimento de revolta. É básico o conhecimento do fato de que o trabalhador não apenas merece, mas PRECISA de seu salário. Até o mestre de Nazaré, tão celebrado em época natalina, já dizia que “Digno é o trabalhador do seu salário”. (Lucas 10.7.) No entanto, este é um conceito de justiça trabalhista que não parece ser íntimo da atual gestão da Terra dos Monólitos. Servidores municipais não puderam, durante todo o ano, desfrutar de um calendário de pagamento. Atrasos se tornaram constantes até para profissionais que costumam desfrutar de certas regalias, tais como os médicos.
Para enfermeiros e técnicos de enfermagem, a situação é, deveras, angustiante. Desde o mês de outubro sem receberem por seu trabalho, estes profissionais estão decepcionados com o tratamento que lhes vem sendo dispensado. Recentemente, souberam que a prefeitura só pretende pagar os meses atrasados no início de 2014, porém, sem data específica.
Além disso, como as escalas de serviço ainda não foram disponibilizadas, muitos temem não ser contratados novamente, tornando a situação mais difícil ainda.
Vale ressaltar que o décimo terceiro salário destes contratados também não foi pago. Uma rápida consulta na internet nos mostra que as Cortes de Justiça consolidam o entendimento reputando cabíveis o pagamento de férias e 13º salários, mais 1/3 constitucional aos trabalhadores admitidos por contrato temporário, mesmo em casos da legislação de regência não conter tal previsão, por constituírem prerrogativas tidas pelo ordenamento constitucional como essenciais a qualquer trabalhador.
Os contratados com salários em atraso estariam vinculados à Cooperativa DINAMICA que, só em 2013, recebeu da Prefeitura de Quixadá R$ 6.753.747,60.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deverá investigar, no início de 2014, o uso que a Prefeitura tem feito desta cooperativa.
Enquanto isso, sem previsão para receberem seus proventos, enfermeiros e técnicos de enfermagem farão a virada do ano profundamente decepcionados com a gestão que prometia mudanças. “Eu nem acredito que estou passando por essa situação. Esse ano matou qualquer confiança que eu tinha em promessas políticas”, afirmou uma das contratadas, que pediu para não ser identificada.
Postada:Gomes Silveira
Edição:Ingrid Lima
Fonte:Monólitos Post/Jaime Arantes
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