Com a novidade, o diagnóstico é feito aos primeiros sinais de alarme, favorecendo o acesso ao tratamento desde o início da doença FOTO: NATINHO RODRIGUES
A mudança segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e vem sendo vista com bons olhos por integrantes da rede estadual e municipal de saúde, que apontam mais rapidez na identificação e no tratamento da doença. "Essa nova forma de classificação vai trazer benefícios gigantescos para o manejo clínico dos pacientes com dengue", crê o médico da Vigilância Epidemiológica do Município, Ronaldo Pinheiro.
Na forma anterior de classificação, o paciente com suspeita de dengue, grave ou não, era submetido a exames (sorológico e hematológico) os quais os laudos demoravam cerca de dois a três dias ou mais, "não permitindo que o médico fechasse o diagnóstico", lembra Ronaldo Pinheiro. Com a mudança, a partir dos sinais clínicos de alarme, já é iniciado o tratamento.
"Agora, vai melhorar muito, uma vez que o diagnóstico é feito aos primeiros sinais de alarme, facilitando a porta de entrada e o acesso ao tratamento do paciente desde o início da doença", cita. "Às vezes, o paciente ia a óbito e não se tinha o resultado dos exames", diz.
Questionamentos
Segundo o professor de Medicina Preventiva da Universidade Federal do Ceará (UFC) e integrante do Comitê de Dengue da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o epidemiologista Luciano Pamplona, existiam vários questionamentos, há anos, acerca da classificação adotada por não conseguir captar todos os casos graves.
Adianta que para se confirmar um caso de febre hemorrágica de dengue são necessários cinco critérios (febre de no máximo sete dias, exame específico positivo para dengue, plaquetopenia, extravasamento plasmático e manifestações hemorrágicas). "Pacientes em estado grave morriam, porém não se enquadrava em nenhum desses critérios".
O epidemiologista explica que alguns países defendiam a mudança, mas era necessária a concordância da OMS. Com a nova proposta de classificação, entre os anos de 2009 a 2013, foram feitos estudos em situações de epidemia e sem epidemia da doença em adultos, mulheres grávidas, idosos e criança, em várias unidades de saúde nos cinco continentes. Com o resultado dessas pesquisas, o Ministério da Saúde passou a adotar a nova classificação para os casos de dengue. O mesmo ocorreu em vários outros países.
"Essa nova classificação é mais sensível para captar os casos graves, inclusive em crianças", aponta. "Hoje, ficou mais difícil um hospital enviar para casa um paciente com suspeita de dengue", frisa, adiantando que o pessoal da rede pública de saúde passará por treinamento.
Fonte:DN
Postada:Gomes Silveira
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