Três
meses e meio após o anúncio da aliança nacional, os grupos políticos do
governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e da ex-senadora Marina
Silva (Rede) ainda não acertaram um caminho conjunto em cerca de metade
dos Estados do país.
Em
alguns deles, como Minas Gerais e Paraná, são grandes as chances de PSB
e Rede trilharem caminhos distintos no pleito de outubro.
No
primeiro, os aliados de Campos negociam uma chapa conjunta com o PSDB,
já que o principal nome do PSB no Estado, o prefeito de Belo Horizonte,
Márcio Lacerda, é aliado de Aécio Neves, provável candidato tucano à
Presidência da República.
A
Rede local rejeita essa aproximação e chegou a divulgar nota defendendo
ruptura com os tucanos, mas pressão do PSB nacional levou aliados de
Marina a desautorizar os correligionários mineiros em segunda nota.
No
Paraná, o partido de Campos tende a apoiar a reeleição do também tucano
Beto Richa. A Rede negocia com o PV candidatura alternativa.
Outro
local delicado é São Paulo, onde a pressão da ex-senadora deve levar o
PSB a desistir do até então provável apoio à campanha à reeleição de
Geraldo Alckmin (PSDB).
PALANQUE PRÓPRIO
Um
dos principais focos de desgaste é a determinação de Marina de
pressionar por candidaturas próprias, como no Rio Grande do Sul, onde
seus aliados defendem o nome de Beto Albuquerque, líder do PSB na
Câmara. Só que o próprio deputado defende que o partido apoie a
candidatura da senadora Ana Amélia (PP).
Apesar das trombadas, dirigentes dos dois grupos afirmam em público que os entendimentos caminham de forma tranquila.
"Acho
absolutamente normal, em uma coligação nacional de dois ou mais
partidos e em um país de dimensão continental e com 27 unidades, que
haja dificuldades aqui e ali, mas nada que afete o essencial da
coligação, que é a relação nacional", disse o secretário-geral do PSB,
Carlos Siqueira.
O
coordenador-executivo da Rede, Bazileu Margarido, ressalta que desde o
início tanto Campos como Marina deixaram claro que, em um primeiro
momento, a prioridade seria discutir os termos programáticos da aliança.
"O
PSB vinha já com uma candidatura posta [a de Campos à Presidência] e em
um grau avançado de discussão nos Estados. Obviamente que a coligação
com Marina colocou novos desafios. E reconhecemos que o PSB está fazendo
um esforço enorme de reposicionamento."
No
lote de Estados em que Rede e PSB já acertaram um rumo consensual,
destacam-se a Bahia (candidatura da senadora Lídice da Mata, com a
ex-corregedora Nacional de Justiça Eliana Calmon para o Senado),
Pernambuco (nome que Campos definir), Paraíba e Espírito Santo –nesses
dois últimos os governadores do PSB tentarão a reeleição.
Fonte:O Estado
Postada:Gomes Silveira
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