Cento e trinta e oito médicos cubanos desembarcaram no Aeroporto Pinto
Martins, ontem, transportados em voo charter direto de Havana. Os
profissionais fazem
parte de uma leva de mais mil que chegarão ao Ceará e
daqui serão distribuídos também para outros estados do País como
integrantes do quarto ciclo do Programa Mais Médicos.
Já no próximo domingo, desembarcarão no aeroporto internacional de
Fortaleza mais 138 médicos. Após o próximo dia 20, quando todos os
previstos no quarto ciclo estiverem em solo cearense, eles serão levados
a um hotel em Beberibe, onde farão curso de um mês e receberão
instruções sobre os protocolos médicos brasileiros, bem como sobre o
funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Terminado o curso, os cubanos serão submetidos a exames. Aqueles que
passarem receberão registros profissionais específicos para essa
finalidade. O prazo previsto de permanência no País é de três anos,
explicou coordenador do programa no Ceará, o médico Odorico Monteiro,
representante do Ministério da Saúde. "Eles são profissionais estatais
do governo cubano e muitos já participaram de missões humanitárias no
Haiti", disse.
Ontem, a chegada dos médicos cubanos foi marcada pelo silêncio e pressa
em se retirar do saguão do terminal aeroviário. Procurados pela
reportagem do Diário do Nordeste, vários deles preferiram não conceder
entrevista. Contudo, aos poucos a resistência, verificada no primeiro
contato, foi cedendo. "Vim para ajudar o povo brasileiro, num trabalho
humanitário", citou Maria Uchoa, médica generalista, mãe de dois filhos.
Apesar de se mostrar satisfeita com a decisão de chegar ao Brasil,
confessou que já sente saudade da família.
"Está tudo bem", comentou Dailin Zadet, 27 anos, que em Cuba residia em
Oll Halhuen. Sobre o que espera encontrar por aqui, falou bem-humorada:
"Muitos pacientes para ajudar, apenas". Outro médico, que preferiu não
se identificar, admitiu sua preocupação acerca da recepção que
encontraria no Brasil. "Estamos aqui somente para trabalhar e ajudar",
frisou, ressaltando não faltar trabalho para eles em Cuba.
Realizar uma ação solidária e ter a oportunidade de conhecer o povo e a
cultura de uma outra nação foram as principais motivações de Martim
Rodrigues ao ingressar no Mais Médicos, enfatizou. E que impressão já
carregava sobre o brasileiro? "A de um povo humilde, batalhador, com uma
cultura rica e amante da paz", respondeu.
Demanda
O programa foi lançado em julho de 2013 pela presidenta Dilma Rousseff
e, no Ceará, a demanda apontada, inicialmente, foi de 743 profissionais.
Dessas, 730 vagas já foram preenchidas, o que corresponde a 97% da
demanda. Sem descartar que metas possam ser revistas, Odorico Monteiro
lembrou que Fortaleza solicitou 117, mas só recebeu 97 integrantes do
Mais Médicos, portanto faltam 20 para preencher o número solicitado.
O quarto ciclo prevê o ingresso no programa de mais 4.000
profissionais, sendo que ontem, além Fortaleza, outras cinco cidades
registraram desembarque dos cubanos, são elas Gravatá (PE), Porto Alegre
(RS), Brasília (DF), Guarapari (ES) e São Paulo (SP). O Mais Médicos
encerra seu quarto ciclo de seleção com o alcance da meta de levar mais
13.235 profissionais às unidades básicas de saúde dos municípios que
aderiram ao programa até o primeiro trimestre deste ano. Atualmente, os
9.425 médicos que integram o programa estão distribuídos em 3.241
cidades e 32 distritos indígenas.
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Postada:Gomes Silveira
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