Brasília. O PMDB decidiu ontem desafiar os aliados
petistas e lançar agora, a mais de três meses da eleição pela
presidência da Câmara dos Deputados, o nome de Eduardo Cunha (RJ) para o
cargo. Atual líder dos deputados peemedebistas, Cunha é desafeto do
Palácio do Planalto.
Em resposta, o vice-presidente da República Michel Temer, que também é presidente nacional do PMDB, iniciou uma operação para desidratar a candidatura do deputado fluminense.
A ideia do governo é deixar o Senado com o PMDB e a Câmara com o PT,
seguindo a tradição de dar o comando da respectiva Casa ao partido com
maior bancada. Nesse sentido, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB), derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte,
será peça-chave para conter Cunha. O objetivo é atraí-lo para próximo de
Temer, o único capaz de lhe garantir um cargo expressivo no segundo
mandato após quase 44 anos ininterruptos como deputado federal. Cunha
apoiou a candidatura do tucano Aécio Neves à Presidência contra Dilma,
com quem alimenta uma rixa.
Em resposta, o vice-presidente da República Michel Temer, que também é presidente nacional do PMDB, iniciou uma operação para desidratar a candidatura do deputado fluminense.
Durante a campanha ele criticou Temer, com o qual está rompido. A estratégia de Cunha é fazer uma coalizão com partidos da base aliada que estão insatisfeitos com o governo petista e também com a oposição. Nesse sentido, já sinalizaram que embarcarão na sua candidatura PR, PTB e integrantes do PSDB, SD e DEM - desde que o peemedebista seja opositor de uma candidatura oficial do Planalto.
Após uma reunião da bancada ontem, Cunha disse que não acredita que uma candidatura do PT tenha força para vencer. O deputado peemedebista Danilo Forte (CE) afirma, no entanto, que a candidatura de Cunha não será de oposição. “Nós vamos tentar construir um consenso com o governo e com o PT”, disse após a reunião da bancada.
A dúvida agora é até que ponto Alves atenderá Temer, que representa o PMDB governista, ou Cunha, líder do PMDB oposicionista.
Vencido na disputa pelo se governo do Rio Grande do Norte, Alves atribuiu sua derrota para Robinson Faria (PSD) à participação do ex-presidente Lula na campanha que apoiou seu adversário. Agora, quer a compensação, que se traduziria em uma vaga na Esplanada.
No Senado, a atuação deve ser oposta à da Câmara. Uma reunião na noite de terça-feira, da qual participaram Temer e os senadores Renan Calheiros (AL) e Eunício Oliveira (CE) selou a decisão da bancada de se distanciar de correligionários da Câmara. Isso porque, segundo senadores, o PMDB do Senado terá a presidência da Casa, cujo favorito para a disputa é Renan, atual ocupante do cargo, a segunda vice-presidência, a liderança do partido e da maioria, a liderança do governo, e os ministérios de Minas e Energia, Previdência e Turismo.
“Não é hora de arrumar confusão”, disse o líder do PMDB, Eunício Oliveira.
POSTADA;GOMES SILVEIRA
FONTE;DN
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