Pela análise da diretoria do Ceará, a saída do técnico Sérgio Soares
após a derrota por 2 a 1 para o Icasa, na última terça-feira, em
Juazeiro do Norte, pela Série B, pode ser explicada pela apatia que
tomou conta da equipe nas últimas apresentações da reta final do
Campeonato.
Para o vice-presidente do clube, Robinson de Castro, o ex-técnico
Sérgio Soares não seria mais capaz de extrair do elenco a motivação e os
resultados necessários
para o acesso do clube, restando apenas sete
jogos para o fim da Brasileiro.
"Ele fez todo o possível, de todas as formas, para recuperar o brio e
emocional do grupo, mas não conseguiu. Pelo semblante dele, após o jogo
com o Icasa, não tinha mais forças para isso", revelou.
A saída do técnico foi discutida ainda no vestiário do Romeirão, e
sacramentada após uma reunião da diretoria do clube no hotel, em
Juazeiro.
A cúpula alvinegra chegou a um consenso que a mudança teria de ser
feita de imediato, caso contrário, o desempenho ante o Santa Cruz,
amanhã, no Castelão, seria semelhante aos últimos jogos, ou seja, com
derrota e um time apático em campo.
"Nós aceitamos a saída dele por entender que nada iria mudar contra o
Santa Cruz. Que a expectativa seria o mesmo resultados dos outros dois
jogos (as derrotas para Joinville e Icasa). Faltava uma injeção de
animo, motivação, incendiar elenco, que tem qualidade, mas anda
cabisbaixo", disse ele.
Declínio
O momento do Ceará com Sérgio Soares já não era dos melhores na Série
B, após uma campanha promissora no início. Depois de terminar como líder
do primeiro turno com 35 pontos, integrar o G4 por 17 rodadas - e
liderar por nove delas - a equipe perdeu o fôlego no returno,
estacionando em 5º lugar, conseguindo apenas a 13ª campanha do returno,
com 15 pontos conquistados em 12 jogos.
A campanha que foi de 61% de aproveitamento no 1ºturno, suficiente para
a equipe conquistar o acesso mantendo o ritmo, caiu para apenas 41%.
Trajetória
Sérgio Soares assumiu o Ceará em outubro do ano passado, pegando a
equipe a dois pontos da zona de rebaixamento da Série B. Após uma
campanha de recuperação, que acabou terminando com uma derrota para o
Joinville na última rodada, frustrou o sonho do acesso, mas o técnico
foi mantido para ter uma nova chance de subir o time em 2014.
O ano até começou bem, com Soares levando o Ceará ao vice da Copa do
Nordeste e ao título do Campeonato Cearense. No segundo semestre,
alcançou as oitavas de final da Copa do Brasil, e liderava a Série B até
sua equipe cair de produção e seu trabalho ser interrompido.
Sérgio Soares comandou o Ceará em 87 jogos, com 45 vitórias, 24 empates e sofrendo apenas 19 derrotas.
Zaga reserva contra o Santa
Com sérios problemas defensivos ao longo da Série B, e no momento
ostentando a 3ª pior defesa da competição, com 45 gols sofridos, o Ceará
não terá sua zaga titular - Sandro e Wellington Carvalho - para a
partida contra o Santa Cruz, amanhã, pela 32ª rodada.
Ambos receberam o 3ª cartão amarelo diante do Icasa, na última
terça-feira, e o clube deve recorrer ao recém recuperado de lesão, Diego
Ivo, Alex Lima, reserva imediato, e Anderson, em baixa no grupo.
Além da zaga, a lateral esquerda também deve ser um problema. Vicente
está suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e seu substituto, Hélder,
ainda se recupera de lesão.
A solução, caso Hélder seja novamente vetado para o jogo, será a
improvisação de Samuel no setor esquerdo, e a utilização de Marcos na
direita. Já o meia Nikão, que cumpriu suspensão automática, poderá ser
novamente relacionado, após ser multado em 40% do salário.
Torcedores fazem protesto no desembarque do elenco
Aos gritos de "time sem vergonha", "time de mercenários", se não subir
vai ter peia", a delegação do Ceará, vinda de Juazeiro do Norte, onde o
time perdeu para o Icasa por 2 a 1, pela Série B desembarcou, ontem às
20h15 no Aeroporto Internacional Pinto Martins.
Os gritos nada agradáveis aos atletas eram de 50 a 60 torcedores, que
foram protestar pelos últimos resultados do time no Brasileiro.
Não houve agressão física aos jogadores, apenas verbais. Alguns
torcedores mais exaltados tentaram impedir os cinegrafistas e os
repórteres presentes de realizarem seu trabalho, colocando as mãos nas
câmeras, e iniciando uma intimidação aos profissionais de imprensa. Mas,
acabaram passando suas atenções para o time, que desembarcou todo em
conjunto. Os atletas tiveram que ouvir muitos gritos até chegarem ao
ônibus, do lado de fora da área de desembarque. Nesse setor, quatro
viaturas do Cotam, com 11 homens preparados para alguma confrontação,
fizeram a escolta dos jogadores.
"Eu acho válida a manifestação dos torcedores, desde que não parta para
a agressão física, o corpo a corpo. Desde quando seja pacífica, eu acho
válida", disse o artilheiro do time, Magno Alves, o único a passar
tranquilamente entre os torcedores, inclusive fazendo algumas pausas
para fotos e autógrafos.
O atleta admitiu que o momento é delicado: "Nós podemos ultrapassar o
quarto colocado no campeonato, mas não adianta nada a gente torcer tanto
contra os nossos adversários e a gente não fazer a nossa parte", disse
Magno Alves.
"O momento é de se cobrar. O time vinha bem no primeiro turno, aí, veio
o período pós-Copa, e a equipe caiu de produção. Nota-se que existe
algum problema no elenco, e que não é apenas a questão do treinador",
disse Régis Alves, diretor da Cearamor.
Vladimir Marques
Repórter
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POSTADA;GOMES SILVEIRA
FONTE;DN
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