Com a vitória de Camilo Santana (PT) para governador do Estado do
Ceará, a partir do próximo ano, o Partido dos Trabalhadores (PT) respira
aliviado. Não fosse a vitória na acirrada disputa pelo comando do
Palácio da Abolição, o partido teria sofrido um forte baque neste
pleito, com a redução de mais da metade de seus parlamentares na
Assembleia Legislativa e a redução da bancada federal. Mas mesmo com a
vitória, a agremiação ainda precisa lidar com pendências dentro do
próprio partido de um agrupamento de oposição ao próprio Camilo.
Integrantes do grupo liderado pela ex-prefeita de Fortaleza e agora
deputada federal eleita Luizianne Lins (PT) foram resistentes à
indicação e apoio à campanha de Camilo Santana,
em razão, segundo
afirmavam, do vínculo do candidato com o governador Cid Gomes (PROS),
principal adversário de Luizianne. Segundo o deputado estadual Dedé
Teixeira (PT), o partido deverá se reunir para tratar dessas questões.
"Não tem esse negócio de 'caça às bruxas', mas pelo menos exigir um
comportamento mais alinhado com aquilo que a gente pensa".
O parlamentar destacou que o deputado eleito Elmano de Freitas, que faz
parte do agrupamento de Luizianne, foi um dos únicos a assumirem a
campanha de Camilo. "Vamos ver como é que vamos discutir com os demais
do grupo que, além de não fazerem a campanha, fizeram contra o PT. Mas
isso o partido regimentalmente e politicamente vai avaliar". Ele não
citou nomes, mas fazia referências ao deputado federal Eudes Xavier,
derrotado no último pleito, assim como Antônio Carlos, também derrotado
na disputa por uma vaga na Assembleia. Poucos petistas falam sobre a
posição do senador José Pimentel, mas ele também na relação.
Para o deputado estadual Nelson Martins (PT), ex-secretário do
Desenvolvimento Agrário (SDA), o diretório estadual precisa ainda fazer
um levantamento de todos os problemas existentes durante a campanha.
"Tivemos alguns militantes do partido importantes, não só na Capital,
como no Interior também, que acabaram descumprindo decisões do partido",
reconheceu.
Corrigir
Ele destaca, entretanto, que o partido precisa dialogar com os
dissidentes. "Mas não se pode tratar isso tendo a preocupação
exclusivamente de punir as pessoas. Mais de dialogar, para tentar
corrigir. Aquelas pessoas que não agiram corretamente poderem refletir,
poderem repensar, e não voltarem a cometer esse tipo de erro, de
infidelidade partidária", apontou.
Em relação a um possível embate entre esses setores e o atual prefeito
Roberto Cláudio (PROS), que apoiou a candidatura de Camilo Santana ao
Governo, pela disputa da Prefeitura de Fortaleza em 2016, Nelson afirmou
que tudo isso deverá ser debatido internamente. "O PT tem uma grande
vantagem, ele não tem dono, não tem cacique. Isso vai ser resultado de
uma ampla discussão interna. E após esse amplo debate, vai se resolver
no voto" como o partido se comportará naquela ocasião.
POSTADA;GOMES SILVEIRA
FONTE;DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário