quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Fim da campanha - Repercussão da eleição marca debate na AL

Os pronunciamentos dos deputados estaduais na primeira sessão da Assembleia Legislativa após o segundo turno das eleições acabaram sendo pautados pelos desdobramentos do pleito que, em âmbito nacional, definiu a reeleição de Dilma Rousseff e, na sucessão de Cid Gomes como governador, a vitória de Camilo Santana. As mensagens de preconceito contra os nordestinos, disseminadas nas redes sociais, também ganharam espaço nos discursos de parlamentares.
O deputado Fernando Hugo, do Solidariedade, foi um dos que criticaram as manifestações preconceituosas contra moradores do Norte e Nordeste do Brasil, apontados como os principais responsáveis pela reeleição de Dilma Rousseff. Para o parlamentar, as atitudes
são inadmissíveis e devem ser investigadas pelos órgãos de fiscalização.
"O voto tem que ser respeitado, como impulsão do livre querer, da livre vontade e do livre perceber", declarou o parlamentar. Hugo ainda reivindicou uma atitude mais enérgica de instituições como Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e núcleos representativos das igrejas contra os internautas que dispararam preconceitos.
O parlamentar, que já foi do PSDB e sempre militou contra o Partido dos Trabalhadores, aproveitou a oportunidade para criticar o PT, atribuindo às políticas sociais do partido a suposta divisão do País entre ricos e pobres.
Idiotice
O Bolsa Família foi citado por Hugo como fator determinante para que os moradores do Sul e Sudeste se coloquem contra nordestinos. O deputado chamou de "idiotice" as críticas feitas na Internet contra o voto do Nordeste, mas reiterou que quem separou o Norte e Nordeste foi o PT.
"Criticar nordestino porque votou na Dilma é de uma estupidez tamanha. Mas é importante dizer que se buscou fazer uma campanha do pobre contra o rico, dos elitistas burgueses contra os eleitores do Norte e Nordeste. Por isso, torno a dizer: o Nordeste e Norte são partes importantes do Brasil", reforçou o parlamentar na tribuna.
Em resposta ao pronunciamento de Fernando Hugo, o deputado Dedé Teixeira (PT) negou que o Partido dos Trabalhadores tenha sido o responsável pela "divisão do País" durante as eleições deste ano. "Nós, cada vez mais, estamos consolidando o País que construímos. O resultado das eleições demonstra que os eleitores definiram posição vitoriosa à presidente Dilma", disse, ressaltando que a presidente reeleita agora busca se reconciliar com o mercado.
Eleitoreiro
Teixeira destacou que a chefe do Poder Executivo não vai tolerar as discriminações que ocorrem no País, como as que ocorreram após o resultado das eleições. Para o petista, afirmar que o Bolsa Família é um programa eleitoreiro é errado, já que a proposta visa apenas a ajudar famílias a saírem da extrema pobreza.
Ainda de acordo com o parlamentar, a periferia de São Pulo, assim como todas as regiões do País, têm beneficiários do Bolsa Família. No âmbito estadual, o petista ressaltou que vários projetos em curso irão se consolidar, principalmente aqueles relacionados à questão hídrica, como a conclusão da Transposição das Águas do Rio São Francisco, Cinturão das Águas e outras obras emergenciais.
Outro deputado que criticou as manifestações preconceituosas foi Ely Aguiar (PSDC). Segundo o parlamentar, o Bolsa Família é necessário, mas como socorro imediato. Ele ainda defendeu a profissionalização das pessoas. "Um país só é desenvolvido com a qualidade do trabalho das pessoas", afirmou. "A indústria brasileira deixou de produzir e hoje vivemos um momento de incerteza econômica. A população brasileira precisa ficar atenta a isso", completou.
Repúdio
Aguiar afirmou que não vai torcer contra o Governo de Dilma Rousseff, mas disse que ficará atento à condução da gestão da administração petista. "Mais uma vez, quero registrar o meu repúdio contra aqueles que querem criticar o povo do Nordeste pela ampla maioria que deram à senhora presidente Dilma. Vamos esperar. Acredito que agora existe uma oposição que tem credibilidade que e deve marchar unida", acrescentou o parlamentar, que fez outros pronunciamentos críticos ao PT nos últimos meses.
Por sua vez, o deputado João Jaime (DEM) afirmou que o Governo de Dilma Rousseff tem que provar que vai manter o que ela apresentou em campanha, como dialogar com a sociedade, Congresso e classes produtoras. "O discurso dela foi de embate, foi perante os militantes do PT que gritavam fora imprensa livre. O discurso de vitória dela foi de guerra e nós que fazemos oposição, cobraremos, porque não tem mais história de herança maldita", apontou o democrata.


POSTADA;GOMES SILVEIRA
FONTE;DN

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