
Ela voltou a apresentar a ideia de que as eleições colocaram em pauta
um sentimento de mudança que pode perfeitamente ser captado por um
governo reeleito e recordou que já se apresentou como favorável a um
processo de reformas estruturais. “É um governo que tem de governar para
todos os eleitores, independentemente de qual seja o voto daquele
eleitor ou o que ele represente. Isso é decisivo que se entenda que faz
parte do processo democrático. Qualquer tentativa de retaliação por
parte de quem ganhou, ou ressentimento por parte de quem perdeu, é uma
incompreensão do processo democrático”, afirmou. “Criaria no Brasil um
quadro caótico: o presidente eleito por um lado não conversa com o
governador eleito por outro. O senador eleito por um lado não conversa
com o outro senador eleito por outro. Não pode ser assim.”
Dilma afirmou considerar irreal a visão de que uma campanha eleitoral
acirra ânimos e disse que, encerrado o período de disputa, cabe
garantir uma volta à normalidade dos debates. “Desmontar os palanques
significa perceber que na democracia – em toda e qualquer democracia –
no processo eleitoral se disputam visões, propostas, as mais diferentes,
e essas propostas e essas visões são levadas ao escrutínio popular. O
povo vai decidir o que ele considera que seja a proposta que ganhará
majoritariamente apoio e aquela que não ganhará”, avaliou. “Isso
significa ter consciência do que a democracia é. A democracia é,
primeiro, esse fato: você disputa a eleição, se submete e pode, ou não,
ganhar. O ato de poder ou não ganhar faz parte do jogo democrático. Há
que saber ganhar, como há que saber perder.”Dilma fez menção indireta ao discurso mantido por Aécio, que tem se declarado vencedor das eleições ao analisar a margem de votos da adversária, 3,5 milhões, e o que considera como uma campanha “sórdida” do PT. A presidenta afirmou que se trata de uma questão simples: quem teve mais apoios é situação, enquanto quem angariou menos eleitores é oposição. “É isso que é a democracia, a democracia faz esse processo, uns vão para oposição e outros vão para a situação, é da vida”, afirmou, para em seguida fazer nova crítica à tentativa do tucano de se dizer portador da vontade de 51 milhões de brasileiros.
“Não significa que nós vamos construir, como vocês disseram aqui, um muro entre nós, né? Um muro tem um lado do Brasil que é a situação e tem o outro lado do Brasil que é a oposição... não tem isso, isso é as lideranças políticas. Os eleitores não são de ninguém, não são meus, não são de ninguém. Os eleitores são os brasileiros que nós temos que dar conta do que eles querem a partir de agora.”
Base aliada
O encontro com o PSD foi mais um dos mantidos pela presidenta desde a vitória eleitoral. Ontem ela se reuniu com o governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), que tornou pública sua intenção de fundar um partido forte no Congresso para dar apoio ao governo e se contrapor ao peso mantido pelo PMDB, que tem trabalhado sempre dividido em votações fundamentais para o Planalto.Hoje, ela elogiou o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, fundador do PSD, cotado para compor o ministério do segundo mandato. Atualmente, o partido tem o comando da Secretaria de Micro e Pequenas Empresas, administrada pelo paulista Guilherme Afif Domingos. “Cada partido ocupa um papel, todos eles são extremamente importantes, mas o PSD tem uma característica que eu comecei falando e vou encerrar com ela: acredito que o centro político é um espaço privilegiado nas democracias e que um centro político é um espaço que nós temos de considerar como sendo extremamente importante.”
POSTADA;GOMES SILVEIRA
FONTE;REDE BRASIL ATUAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário