Brasília. Na tentativa de se posicionar como líder da
oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou ontem, ao chegar no
Congresso Nacional, que vai "ser a oposição sem adjetivos".
"Eu chego hoje ao Congresso Nacional para exercer o papel que me foi
delegado por grande maioria da população brasileira,
por 51 milhões de
brasileiros. Se quiserem dialogar, apresentem propostas que interessem
aos brasileiros. No mais, vamos cobrar explicações e eficiência".
Presidente nacional do PSDB, o senador mencionou as manifestações
pós-pleito de eleitores frustrados com o resultado das eleições e sobre
pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff e intervenção
militar.
"Eu respeito a democracia permanentemente e qualquer utilização dessas
manifestações no sentido de qualquer tipo de retrocesso terá a nossa
mais veemente oposição. Eu fui o candidato das liberdades, da
democracia, do respeito. Aqueles que agem de forma autoritária e
truculenta estão no outro campo político, não estão no nosso campo
político", disse o senador.
Sobre o seu estilo de fazer política, também afirmou que defenderá as
liberdades. "Hoje o Brasil se encontra com o seu futuro a partir das
manifestações que estamos vendo ocorrerem em várias partes do País. A
nossa posição será sempre em defesa intransigente da democracia, das
liberdades, contra qualquer tentativa de cerceamento da liberdade de
imprensa e de quaisquer outras liberdades, sejam coletivas ou
individuais", afirmou o tucano.
Lado 'macabro' e lado 'lindo'
Ao chegar ao Senado aclamado por militantes e servidores tucanos, o
senador teve dificuldades para chegar até o plenário da Casa pela
quantidade de pessoas que o cercavam, gritando seu nome.
Antes de entrar, afirmou que a mobilização por melhorias não terminou
com o resultado da eleição. Devido ao tumulto, o senado adiou um
pronunciamento que faria ontem na tribuna da Casa para hoje.
"Agora sendo recebido desta forma no Congresso Nacional, o Brasil
despertou, o Brasil hoje é um Brasil diferente do Brasil antes da
eleição", disse. Para ele, "emergiu um Brasil que quer ser protagonista
da construção do seu próprio futuro". O tucano avalia que as pessoas
estão mobilizadas. "O que eu percebo é o contrário. Pessoas continuam
emocionadas, continuando querendo construir um futuro melhor", declarou.
Aécio também minimizou o fato de a oposição no Congresso, ser inferior
numericamente. "O que eu tenho visto aqui hoje no Congresso e o que
tenho visto nesses últimos dias por onde tenho andado é um sentimento de
que, quando o governo olhar para a oposição, sugiro que não contabilize
mais o número de cadeiras e assentos no Senado e na Câmara. Olhe bem e
vai encontrar mais de 50 milhões de brasileiros que vão estar
vigilantes", disse o tucano.
POSTADA;GOMES SILVEIRA
FONTE;DN
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