Em greve há quase quatro meses, professores das universidades Estadual do Ceará (Uece), Vale do Acaraú (UVA) e Regional do Cariri (Urca), se reúnem, hoje, às 9h, em assembleia no Campus do Itaperi, para definir os rumos do movimento. No último dia 6, a categoria teve audiência com o governador Camilo Santana, que apresentou uma proposta aos docentes.
Célio Coutinho, presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece), afirma que a proposta se resume à realização de concurso público para professores, com oferta de 249 vagas, e o comprometimento
de aprovação de duas leis, concluindo o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos professores. "Estes são pontos emergenciais, mas existem outros. Entre eles, está sanar o déficit de professores, que chega a mais de 600", frisa o presidente do sindicato.
No próximo dia 14, os professores se reúnem com Inácio Arruda, indicado pelo governador para assumir, em fevereiro, a Pasta da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece). Nela, será debatida a regulamentação da lei que trata da autonomia das universidades do Ceará - financeira, patrimonial, administrativa e acadêmica; as demandas estudantis, entre elas: o auxílio bolsa, a situação dos restaurantes universitários e apoio à residência universitária.
Será debatido ainda o aditivo de R$ 6 milhões para a construção de uma faculdade no município de Itapipoca, situado a 130 Km da Capital. A obra está em fase de licitação, orçada em R$ 17 milhões. Entretanto, conforme o presidente do Sinduece, faltam R$ 6 milhões para completar o valor total. A faculdade abrigará um novo curso de Ciências Sociais, com 22 vagas.
O sindicalista defende que, em primeiro lugar, o novo governador deveria regulamentar a lei que trata da autonomia das universidades. "É um absurdo, em pleno século XXI, o governo ainda escolher o reitor da universidade, quando essa é uma questão interna", questiona.
Para Coutinho, é preciso criar uma política de estado com investimento público que priorize as universidades, investindo em infraestrutura, abertura de novos cursos de graduação e abrindo novas vagas. "A demanda para as universidades públicas aumentou, mas não estamos abrindo cursos novos. A universidade estadual está estagnada. Qualquer governo que de fato priorize o desenvolvimento coloca a universidade como prioridade na pauta", enfatiza Coutinho.
Medidas
Em reunião com os reitores das universidades estaduais na última terça-feira, Camilo Santana propôs a realização imediata de um certame com 249 vagas para professores, sendo 120 para a Uece, 67 para a UVA e 62 para a Urca, além de outras 192 para servidores técnico-administrativos. Em caráter emergencial, as reitorias obtiveram permissão para elaborar o edital dos concursos.
O governador também recebeu alunos e representantes dos sindicatos das universidades para tratar das demandas do movimento grevista e se propôs a dar andamento e encaminhar as ações emergenciais, desde que a categoria termine a greve.
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POSTADA:GOMES SILVEIRA
COM INFORMAÇÕES DO DN
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