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domingo, 26 de abril de 2015

DEMOCRACIA VIRTUAL E PRESENCIAL - Redes sociais potencializam pressão política

O Facebook foi lançado oficialmente, em 2004. Um ano depois nascia o YouTube e no ano seguinte o Twitter. Em 2010, surgiram Instagram e Whatsapp.
Essas cinco ferramentas digitais pareciam destinadas, em seus primeiros dias, a serem usadas como meio de entretenimento e como instrumentos para aproximar as pessoas em grandes círculos de amizade. Mas logo a capilaridade dessas redes passou a ser aproveitada e utilizada profissionalmente e até mesmo comercialmente.
No entanto, as mesmas
características que permitiam às pessoas fazer amigos, conseguir emprego ou fechar negócios, foram vistas por jovens idealistas em países árabes como um meio para denunciar o autoritarismo de seus respectivos governos e mobilizar as massas contra eles. Isso se deu em 2011 e marcou um movimento conhecido como "Primavera Árabe", que culminou com a queda de ditaduras e, em alguns casos, com a ascensão de outras.
O novo método de potencializar a pressão política explodiu no Brasil, em junho de 2013, quando grandes manifestações públicas aconteceram na esteira da realização da Copa das Confederações e seguiu crescendo em importância nas discussões sobre a sucessão presidencial em 2014, especialmente com a polarização entre os então candidatos, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Em todos esses momentos, as redes sociais canalizaram uma série de opiniões divergentes, vídeos, áudios e fotos de apoio ou ataque a determinados pontos de vista, guerra de informação, permeada, inclusive por boatos e xingamentos.
Nos últimos 60 dias, elas também desempenharam papel fundamental na convocação de grandes manifestações contra e a favor do governo federal e serviram como significativo lobby contra o Projeto de Lei (PL) 4330/2004, votado na Câmara dos Deputados, em sessões realizadas entre os dias 8 e 22 deste mês. Tendo seu texto-base aprovado por 324 votos a favor e 137 contra, o PL, a grande repercussão negativa em redes sociais, com intensa circulação de listagens de deputados que votaram favoravelmente ao projeto, quase resultou em uma reviravolta, duas semanas depois.
Na votação do dia 22, após vários episódios em que alguns desses deputados foram hostilizados em aeroportos (inclusive no Ceará) e nessas próprias ferramentas virtuais, a apreciação da Emenda Aglutinativa n° 15, teve placar bem mais apertado: 230 a 203 pela aprovação do texto.
Entre os parlamentares cearenses, pelo menos quatro que votaram a favor do texto-base da PL 4330, acabaram se posicionando de forma contrária à emenda que estendeu ainda mais a possibilidade da terceirização profissional, num aparente recuo político.
Mas será que esses movimentos de pressão com uso intenso das redes sociais, registrados no Brasil e no Exterior, de 2011 para cá, já podem ser considerados decisivos para orientar as disputas políticas? Para responder a essa e a outras perguntas sobre o ativismo político digital, o Diário do Nordeste, ouviu especialistas nas relações entre as novas tecnologias e a esfera pública.
Transferência incerta
Segundo a jornalista Silvia Moretzsohn, mestre em Comunicação Social e doutora em Serviço Social, "as redes podem apenas disseminar uma proposta ou incentivar um movimento, que não obrigatoriamente se transferirá do mundo virtual para o presencial, das redes para as ruas".
Moretzsohn, que é também professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), lembra ainda que "a onda que se cria em torno de algumas questões pode dar resultados, como, aparentemente, foi o caso em relação a esse tema da terceirização, embora o projeto tenha sido aprovado em primeira instância... Mas o contrário também é verdadeiro, muitas questões ganham projeção nas redes e essa pressão virtual não resulta em nada".
Já o doutor em Ciências Sociais, Vitor Amorim de Ângelo, por sua vez, considera que "as redes sociais têm se mostrado um importante espaço de articulação política nos últimos anos no Brasil, em particular. Vários episódios, como as manifestações ocorridas em 2013 e em 2015 mostram que foi na internet que começaram as convocações ou que ganharam maior adesão. Isso indica que ocorre um certo esvaziamento do papel mobilizador dos partidos".
Sem suprapartidarismo
Ângelo, que atua como Coordenador Institucional de Iniciação Científica da Universidade de Vila Velha (UVV), pondera contudo que "as informações, não nascem espontaneamente".
Para o cientista social, "esse é um cuidado que se deve ter, especialmente quando vemos determinados movimentos se promovendo como suprapartidários, sem alinhamento político, sem ideologia política". Ele conclui que "a política é uma só. A internet é apenas uma arena. Ela não é outra coisa, paralela. Ela interage com a política".

Democracia e web amadurecem juntas
Talvez essa dificuldade para se averiguar o real nível de influência das redes sociais sobre a democracia brasileira, esteja no fato de que ambos os fenômenos sejam relativamente jovens em nosso país.
É o que defende o mestre em Marketing e orientador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para projetos de inovação, Wellington Gabriel de Oliveira, conhecido no meio virtual como W. Gabriel. Para o pesquisador, "nós temos uma bagagem de cerca de 15 anos nos quais houve um amadurecimento simultâneo da democracia brasileira e da internet. E se contarmos da eleição do Fernando Collor pra cá, seriam 26 anos de amadurecimento democrático".
W.Gabriel, que é também professor na área de Tecnologias Digitais e Novas Mídias, destaca que "as redes sociais impactam nas três fases de uma manifestação política".
Ele explica que essa influência potencializadora das redes sociais se dá na preparação, na cobertura, e na repercussão de uma mobilização e que a classe política brasileira tradicional ainda está "acordando" para esse papel do ativismo digital.
Retrato da população
Conforme W. Gabriel "as redes sociais trazem retratos dos desejos da população em geral. Não contempla toda a sociedade ainda, mas traz uma amostra dos diferentes extratos dela".
O especialista argumenta, por fim, que "nesse sentido, a classe política como um todo precisa olhar as redes sociais para estudar sua população".
Radicalização é a face mais negativa das ferramentas
Se por um lado, o uso das redes sociais possibilita mais voz para as diferentes visões políticas, por outro suas próprias características facilitariam a ampliação de movimentos radicais.
O fenômeno aconteceria não só em casos extremos, tais como a utilização das novas mídias pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI), no Oriente Médio, como também no acirramento dos ataques entre partidários de PT e PSDB aqui no Brasil.
De acordo com o doutor em Ciência Política, Emerson Urizzi Cervi, que prefere usar o termo "redes digitais", por acreditar que a expressão "redes sociais" é mais ampla e se aplica a contextos históricos milenares, "a maioria busca conteúdos que reforcem suas posições".
Conforme ele explica, "a pessoa acredita em determinada coisa, teme se expressar por acreditar que está sozinho nessa crença, mas vê nas redes digitais pessoas com ideias semelhantes. Isso dá mais força para ela se expressar, mas não cria uma nova opinião. Essa é uma característica dessas redes. As pessoas entram com uma posição e não há debate, há reforço... Essas redes podem sim permitir um ambiente de maior radicalização". Para Cervi, que é ainda professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), "as redes digitais são ferramentas e como tal elas podem ser usadas como se queira. Elas aproximam pessoas e discursos e intensificam conteúdos".
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POSTADA:GOMES SILVEIRA ,COM INFORMAÇÕES DO DN

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