
O diretor do Departamento Municipal de Administração de Bens
e Serviços Públicos (DMASP), Antônio Valdimir Pereira, informou que a Administração está estudando um plano para remoção dos feirantes e ambulantes do local. Todavia, após perceberem a pressão, quando foi feita uma operação para a retirada de outro grupo do trecho do calçadão onde fica o Cartório Regional Eleitoral, na quadra vizinha, os fiscais do DMASP se recusaram a realizar o recolhimento do restante. Temem ameaças e até agressões.
Um dos primeiros a ocuparem o calçadão da Travessa Tiradentes foi o feirante Júlio César da Silva. Ele informou que o próprio prefeito autorizou a utilização daquela área pública. Tinha sido a alternativa encontrada para desocupação das calçadas do mercado público. O objetivo era apenas atender o pequeno grupo de dez pais de família como ele. Como há dificuldade de oferta de emprego na cidade, a opção para sustentar os quatro filhos foi vender frutas e verduras. A esposa trabalha com ele. Aos poucos, os outros surgiram, que, como ele, também não têm outro emprego.
Para o servidor público Roberto Granjeiro, a cidade já vem sendo maltratada ao longo dos últimos dez anos, quando foi iniciada a buraqueira do Sanear II, um projeto de saneamento de esgoto. Ele teme ocorrer com o Centro de Quixadá a mesma invasão do terminal rodoviário há 15 anos. "Transformaram a rodoviária numa favela. Daqui a pouco os pedestres serão obrigados a disputar espaço com os carros e motos para conseguirem chegar a pé a algum lugar aqui", reclamou exigindo a devolução do espaço público.
Enquanto alguns reclamam, outros agradecem a "invasão". As vendas não param no calçadão e noutros pontos instalados em locais públicos, reflexo da aceitação popular. Quem vai às compras, como a aposentada Maria Dalva Ribeiro, diz ser mais conveniente, tanto em relação ao mercado, muito abafado, como nos supermercados, onde as frutas não são frescas e estão constantemente lotados.
Juazeiro do Norte
Na terra das romarias, o número de ambulantes espalhados por ruas e avenidas também ocasiona transtornos à população. No Centro, principalmente nas ruas São Pedro e São Paulo, a quantidade de bancas e carrinhos de alimentos, dentre outros produtos, impede que o fluxo de pedestres pelas calçadas. Em épocas de romaria a situação se agrava com a expansão do comércio informal, que passa a ser realizado nas proximidades da Capela do Socorro e da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores.
Em outubro de 2013, o Ministério Público do Ceará (MPCE) realizou audiência pública para discutir o problema. A reunião também tinha como objetivo a reorganização das concessões referentes aos boxes comerciais que funcionam no Centro de Apoio aos Romeiros. Até hoje, no entanto, nenhuma ação mais concreta foi estabelecida pelo município para diminuir o crescimento do comércio informal nas ruas da cidade ou, então, em se criar um local específico para o trabalho dos ambulantes.
Iguatu
Caminhar pelas ruas do centro comercial desta cidade da região Centro-Sul não é tarefa fácil. As calçadas estão ocupadas por vendedores ambulantes, mercadorias das lojas, bicicletas e placas de publicidade. Os pedestres são obrigados a descer para a via e disputar espaço com motos e carros, aumentando o risco de acidente. As pessoas idosas e com deficiência enfrentam mais transtornos.
É um problema que se arrasta ao longo do tempo e parece não ter solução. Não há ação concreta do poder público municipal para disciplinar o comércio ambulante e a ocupação das calçadas. Resultado: a cada ano aumenta a presença de camelôs e de produtos na via, que permanece impedida para o livre tráfego de pedestres. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Município informou que tem um projeto para construção de um centro de feirantes, mas precisa de recurso federal ou estadual para a obra.
Há unanimidade entre os dirigentes de entidades empresariais e os moradores de que as calçadas devem permanecer livres para os pedestres. Já os vendedores ambulantes defendem a necessidade diária do trabalho e a dificuldade de se estabelecer em um imóvel. É o caso do feirante Francisco Rodrigues, que há cinco anos tem uma banca sobre uma calcada. "A gente precisa trabalhar para manter a família", disse.
Sobral
Neste município, a ocupação de espaços públicos de forma irregular se dá principalmente na Rua Coronel José Saboia, no Centro. A maioria, já possuidora de boxes no mercado público, afirma que o fluxo de pessoas nas calçadas e a mercadoria à mão facilita a venda. Mesmo assim, eles não entregam os espaços cedidos no mercado.
Segundo a secretária de Urbanismo do município, Gizella Gomes, esses ambulantes já foram identificados e têm um prazo para saírem das vias. "Como eles têm boxes no mercado, estamos também preparando cursos de capacitação a fim de ampliar as oportunidades para eles".
De acordo com ela, os quiosques e vendedores que se encontram nas praças já estão regulares. A maioria trabalha com alimentação e isso facilita o controle e fiscalização. "Temos como saber a procedência da mercadoria. Coisa que já não ocorre com os camelôs das calçadas, por isso o trabalho com eles é um pouco mais demorado", acrescentou.
Russas
Neste município, o comércio ambulante ocupa as calçadas da principal rua comercial da cidade, a Padre Raul Vieira e causa incômodo para pedestres e motoristas, que precisam estacionar os veículos. As calçadas dos bancos ficam intransitáveis em dias de pagamento, obrigando pedestres desceram a calçada e transitarem pela rua.
Desde agosto do ano passado a Prefeitura iniciou a obra de requalificação da via, com o intuito de melhorar a acessibilidade de consumidores e o fluxo de veículos no local. Segundo a gestão municipal, com a conclusão da obra, que deverá ser entregue no dia 6 de agosto, esse tipo de comércio informal estará proibido de ocupar o espaço público de forma irregular.
ENQUETE
Você concorda com a utilização desses espaços?
"Quando a gente passa a utilizar uma área dessa é por necessidade. Havendo locais mais adequados, seria muito melhor"
Júlio César Alves da Silva
Feirante
"Havendo organização, limpeza e espaço para os pedestres circularem, acho agradável realizar compras em locais assim"
Lisonete Natalice Madalena
Dona de casa
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POSTADA:GOMES SILVEIRA - FONTE:DN
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