Brasília. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ontem que o PT cumpriu apenas "80% do trato" com o governo federal ao participar da aprovação de uma das medidas provisórias do ajuste fiscal em tramitação no Congresso. Por 252 votos a 227, os deputados federais aprovaram a Medida Provisória 665.
Cunha afirmou que parte da bancada petista "fugiu" para não ser obrigada a votar contra interesses de trabalhadores brasileiros. Dos 64 deputados do PT, 54 - ou 84% - acompanharam a orientação do partido e votaram a favor da medida. Nove não compareceram. Weliton Prado (MG) foi o único do PT a votar contra. Em nota, Luizianne Lins informou que decidiu se retirar da votação do texto-base da MP 665 por não concordar com o mérito da matéria.
"Foi uma decisão política, motivada pelo clima de baixaria criado pela oposição no plenário", justificou o texto. Luizianne entendeu ainda "que não havia condição de votar com os inimigos do PT e do Governo". Na bancada cearense, com 22 deputados, nove votaram contra o texto-base e 12 a favor.
Para Cunha, a MP só foi aprovada porque deputados da oposição assumiram o desgaste de votar a favor do ajuste fiscal. Mas dos 67 deputados peemedebistas, só 50 (75%) foram pela aprovação da proposta. Houve três abstenções, e 13 contrários.
O DEM deu 8 de seus 22 votos para o governo, apesar da comandar ferrenha oposição ao projeto. O apoio se deu após negociação com a participação do vice-presidente Michel Temer.
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que partidos da base aliada não gostaram das críticas do PDT, que votou em peso contra a MP 665. Durante a discussão, o líder André Figueiredo (PDT- CE) ameaçou entregar cargos no governo, incluindo o Ministério do Trabalho.
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POSTADA:GOMES SILVEIRA - FONTE:DN
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