POLICIAIS CIVIS - Após paralisação, policiais civis aprovam greve a partir de sábado

Num prenúncio do que deve acontecer a partir de sábado, 24, policiais civis paralisaram atividades ontem. Inspetores e escrivães fecharam delegacias, limitaram atendimento e deliberaram início da greve para o fim da semana. A população que precisou realizar procedimentos nas unidades de segurança foi direcionada às delegacias

mantidas em funcionamento. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpol), das 151 delegacias do Ceará, quatro atenderam ontem — duas em Fortaleza e duas no Interior.

A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), no bairro Presidente Kennedy, e o 7º Distrito Policial (DP), no Pirambu, foram os únicos que continuaram realizando boletins de ocorrência e prisões em flagrante na Capital. A dona de casa Ivana Pereira, 32, perdeu os documentos e planejou usar a manhã de ontem para regularizar a situação, mas enfrentou dificuldades. “No 32° DP falaram que não tinha como fazer. Como estou precisando da identidade, tive que vir para cá (7° DP)”, disse. 

O POVO esteve no 34° DP, no Centro, e no 2° DP, na Aldeota. Poucas pessoas foram buscar atendimento. Funcionários da unidade indicavam as delegacias abertas ou como utilizar o sistema online de boletim de ocorrência. “Pedimos desculpa à população, não era o que a gente queria. Perde o Governo do Estado, a sociedade e a gente, mas não nos restou alternativa. Não somos nós que podemos acabar com isso”, disse o presidente do Sinpol, Francisco Lucas.

Com a decisão da greve anunciada ontem, após assembleia na Praça dos Voluntários, no Centro, em frente à Superintendência da Polícia Civil, os policiais devem retomar os postos hoje e cumprir o prazo de 72 horas entre o anúncio e a instauração da greve. Nesse período, eles irão definir quais delegacias funcionarão a partir de sábado. A promessa é de que pelo menos 30%, dos 2,6 mil agentes do Ceará, estarão atuando.

A categoria reivindica nivelamento salarial (inspetores e escrivães ganham o equivalente a 20% do salário dos delegados, eles querem que o valor cresça para 60%), além de aumento do efetivo. Eles se dizem insatisfeitos em custodiar presos e, para Francisco Lucas, há discrepância entre os investimentos públicos nas polícias Militar e Civil.

A Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) informou que não foi notificada sobre a possível paralisação de policiais civis. E ressaltou que a categoria tem obrigação de manter, pelo menos, 30% do efetivo atuando. A nota acrescenta que o diálogo com policiais civis permanece aberto e que as solicitações são analisadas em conjunto com outras pastas do Governo.

COM INFORMAÇÕES DO O POVO

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POSTADA POR GOMES SILVEIRA