CRISE - PEC 55 segue para votação mesmo após denúncia contra Renan

Um dia antes da votação da PEC Teto de Gastos, o presidente do Senado, Renan Calheiros, foi denunciado no âmbito da Operação Lava Jato pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo a denúncia, ele é suspeito de ter

recebido R$ 800 mil em propina para campanha em 2010. No entanto, o fato não deverá interferir na aprovação da medida, uma das mais prioritárias do Governo.

De acordo com o cientista político do Ibmec, Márcio Coimbra, a denúncia ainda tem de ser aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Portanto, não afeta de imediato a conjuntura política do Senado. “A denúncia de Janot não causa desconforto nenhum. A PEC vai ser votada com isso ou sem isso. O ápice do desgaste do Renan foi semana passada e ele conseguiu sobreviver.”, avalia o especialista.

Ele afirma ainda que Renan tem demonstrado mais força que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. “Renan é mais poderoso, significa que criou redes confiáveis com contatos e apoios. A teia de Renan levou muito mais tempo e esmero para ser feita”, explica.

Senadores da oposição pretendem fazer uso das delações da Operação Lava Jato para defender o adiamento das votações previstas para esta terça-feira, 13. Na pauta, está a apreciação em segundo turno da PEC do Teto de Gastos, o projeto da securitização de dívidas, a atualização da Lei de Licitações e a legalização dos jogos de azar.

Ex-ministro de Dilma Rousseff, Roberto Requião, do mesmo partido de Renan, defende novas eleições gerais porque, segundo ele, as últimas denúncias de propina colocam em cheque a idoneidade do parlamento.

As senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) tentaram ontem, mais uma vez, impedir a votação da PEC do Teto de Gastos no STF. No mandado de segurança apresentado pelo advogado das senadoras, o pedido da medida liminar é solicitado determinando que “a autoridade respeite o direito dos parlamentares a discutirem a PEC em três sessões deliberativas ordinárias de discussão”, conforme assegurado pela Constituição Federal. Apesar do esforço da oposição, a base aliada de Temer não deve recuar. Os governistas querem promulgar a proposta antes do recesso parlamentar.

Denúncia

Segundo Janot, Renan teria recebido R$ 800 mil por meio de duas doações oficiais da empreiteira Serveng Civilsan, em 2010. Na época, o presidente do Diretório Nacional do PMDB era Michel Temer, ao passo que o tesoureiro era o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), “ambos notórios aliados de Renan Calheiros”, diz Janot.

Em troca do recurso, o peemedebista e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), aliado de Renan, garantiriam apoio político à manutenção de Paulo Roberto Costa na diretoria de abastecimento da Petrobras, diz a denúncia. O ex-diretor da estatal, delator na Operação Lava Jato, ajudou a Serveng a participar de licitações mais vultosas na Petrobras a partir de 2010. (com agências)

Frases

ESSA MISTURA DE ATIVOS ILÍCITOS COM OUTROS CONSTITUI MAIS UMA MODALIDADE INDEPENDENTE DE LAVAGEM DE VALORES”

Rodrigo Janot,procurador-geral da República ao citar depoimento de Paulo Roberto Costa

O SENADOR REITERA QUE SUAS CONTAS ELEITORAIS JÁ FORAM APROVADAS E ESTÁ TRANQUILO PARA ESCLARECER ESSE E OUTROS PONTOS DA INVESTIGAÇÃO”

Renan Calheiros, presidente do Senado, via assessoria

Saiba mais

Inquérito

A denúncia desta segunda-feira contra Renan é consequência de um dos 11 inquéritos contra o senador que tramitam no STF, oito deles relacionados à Lava Jato. No início do mês, ele se tornou réu pelo crime de peculato, numa ação penal não relacionada aos desvios na Petrobras.

No STF

Após receber intimação do ministro Marco Aurélio Mello para se afastar das funções de presidente do Senado, na semana passada, Renan decidiu que descumpriria mandado da Justiça. Em votação no Pleno do STF, os ministros determinaram que ele poderia continuar na presidência, contrariando a decisão de Mello.

Aníbal Gomes

O deputado cearense é acusado de ser o operador de Renan.“Eu não fiz absolutamente nada que pudesse gerar essa denúncia”, defendeu-se o parlamentar. Ele já apareceu em outras delações.

COM INFORMAÇÕES O POVO

FONE: 34121595 FIXO - (88) 9-92.026.830 CLARO (88) -98602540 9 TIM

JORNAL CENTRAL  QUIXADÁ . NO  QUE É WATSAPP 88 - 9 - 96331144

POSTADA  POR GOMES SILVEIRA