sábado, 4 de fevereiro de 2017

POLITICA - Prerrogativa de foro volta a blindar citados na Lava Jato

Garantir o foro privilegiado de peças-chave na política acaba se tornando uma forma de blindar nomes citados na Lava Jato.
Com mais de 360 investigados e número ainda maior de mencionados em delações, os únicos presos até o momento foram os que não possuem prerrogativa de foro, por exemplo, empresários e ex-parlamentares.
Há dois dias, o presidente Michel Temer (PMDB) deu status de ministro e, portanto, foro, ao correligionário Moreira Franco, agora titular da nova Secretaria-Geral da Presidência. Ele - que tomou posse ontem no novo cargo - foi citado 34 vezes na delação da Odebrecht, recentemente homologada pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.

Para oposicionistas e alguns especialistas, o ato de Temer foi visto como estratégia para livrar o peemedebista de um processo em Curitiba, onde atua o juiz de primeiro grau Sérgio Moro. “O medo da turma é que ele vá ter novas acusações quando a delação se tornar pública, então é o que pode se chamar de prevenção”, diz o cientista político da Universidade de Brasília, David Fleisher.

Líder do governo no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) minimizou as críticas. “Mencionado na Lava Jato, todo mundo vai ser de alguma forma, ainda mais quando querem dar essa visão geral de que toda doação de campanha é irregularidade”, afirmou. Em 2016, após menções do nome de Lula em delações, a ex-presidente Dilma tentou nomeá-lo ministro da Casa Civil, mas foi impedida por decisão do ministro do STF, Gilmar Mendes.

“Antes não podia. Agora pode (...) Temer não apenas nomeia Moreira Franco, citado na Lava Jato, como cria um ministério novo especialmente para acomodá-lo”, critica o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

Moreira Franco se defende. Segundo ele, diferentemente de Lula ele já fazia parte do governo antes de ganhar foro, apenas houve mudança de cargo. “Não há nenhuma tentativa de resolver uma crise ou um problema político, porque não estamos vivendo crise política”, disse.

“A gente não vê isso como manobra até porque a gente já observou que alguns outros ministros citados foram afastados”, diz o deputado federal governista Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE).

Aliados como o senador Ronaldo Caiado (DEM) criticaram a nomeação. “É condenável esse tipo de prática. Se fosse deslocado para um ministério, não haveria problema. Mas se criar um ministério é de uma infelicidade ímpar.Fica com cara de esperteza”, declarou.

O constitucionalista Alexandre Baia afirma que as situações de Lula e Franco são idênticas juridicamente. “A situação é exatamente a mesma, mesma operação inclusive. Para manter a coerência, deveria a ser feito o mesmo”, argumenta.

Saiba mais

Delações

O ex-executivo da Odebrecht, Cláudio Mello Filho, afirmou que tratou de negócio da empreiteira na área de aeroportos com o Franco, que foi ministro da Aviação Civil no governo Dilma Rousseff. Moreira Franco é citado nas planilhas da empreiteira como “Angorá” e tratado como arrecadador do PMDB. O ministro nega qualquer irregularidade.


Outros ministros
Além de Franco, também foram empossados nesta semana os tucanos Luislinda Valois para a recriada pasta de Direitos Humanos e Antonio Imbassahy para Secretaria de Governo. O deputado federal do PSDB também foi citada em delação por ter supostamente recebido propina de R$ 300 mil da Odebrecht. 

Aumento de pastas
O governo, que tinha assumido com a proposta de reduzir o tamanho da máquina e cortar ministérios, criou mais dois na última semana. Agora, o governo tem 28 pastas, quatro a menos que a gestão anterior. O PSDB está cada vez mais forte no núcleo do governo, sobretudo após as recentes nomeações.
COM INFORMAÇÕES O POVO
FONE: 34121595 FIXO - (88) 9-92.026.830 CLARO (88) -98602540 9 TIM
JORNAL CENTRAL  QUIXADÁ . NO  QUE É WATSAPP 88 - 9 - 96331144
POSTADA  POR GOMES SILVEIRA

Nenhum comentário:

Postar um comentário