A Executiva Nacional do PDT decidiu, nesta sexta-feira (27), durante reunião no Rio de Janeiro, intervir no Diretório Estadual do partido no Ceará. A decisão já era esperada e representa uma vitória para o grupo liderado pelo ex-presidenciável Ciro Gomes.
A derrota recai sobre o grupo de dissidentes, liderado pelo senador Cid Gomes e que tem a participação de 10 deputados estaduais e cinco deputados federais pedetistas. O grupo é aliado ao Governador Elmano e ao Ministro da Educação, Camilo Santana.
A reunião dos pedetistas teve temperatura elevada. Com ambiente adverso e o bate-boca que marcou a reunião no Rio de Janeiro, Cid Gomes ficou isolado e não encontra mais ambiente para permanecer no PDT. A intervenção encerra a briga interna e sem recursos na Justiça.
AMBIENTE HOSTIL PODE LEVAR CID A DEIXAR O PDT
Cid discutiu com o presidente do PDT, Carlos Lupi, gritou, Lupi subiu o tom de voz e, derrotado, Cid chegou a dizer que entrou para o partido pela porta da frente e sairia pela porta da frente. O gesto de Cid teve como testemunhas aliados e opositores, como o ex-prefeito Roberto Cláudio.
As palavras do senador sinalizam que a sua permanência no PDT está com o tempo contado. Cid bateu boca, também, com o irmão Ciro e com o deputado federal André Figueiredo.
A intervenção no Diretório Estadual é uma decisão extrema, mas era a única alternativa para o processo de depuração que o grupo de Ciro precisa fazer para manter o controle do PDT com aliados comprometidos com a linha de oposição ao Governo do Estado.
A intervenção provocará, ainda, uma debandada de deputados estaduais, de deputados federais e prefeitos que seguem a orientação política do Palácio da Abolição.
Os dissidentes devem se filiar ao PT e ao PSB, deixando, assim, o caminho livre para o PDT se organizar para fortalecer a candidatura à reeleição do prefeito de Fortaleza, José Sarto.
QUEIXAS DE CID GOMES
Após deixar a reunião, o senador Cid Gomes lamentou a decisão da Executiva Nacional do PDT: “Não se aprova uma intervenção sem a abertura prévia de um processo, sem dizer do que a pessoa está sendo acusada para que possa exercer seu direito de ampla defesa e por último ter uma deliberação do Conselho de Ética, depois da Executiva e depois do Diretório. Mas eles já aprovaram a intervenção sem cumprir nenhuma dessas etapas. Não sei sequer a razão dessa intervenção”, queixou-se o senador.
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